Roma - Livrar o mundo das guerras é um passo essencial para erradicação da fome no mundo, alertou, hoje, o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva.

"A paz e o fim dos conflitos são fundamentais no combate à fome, que é o objetivo constante da FAO", disse em um comunicado em homenagem ao Dia Internacional da Paz, sancionado em 1982 pelas Nações Unidas.

A paz global figura explicitamente no 16º objetivo da Agenda de Desenvolvimento Sustentável - tema que será um dos pontapés iniciais para a Assembleia Geral das Nações Unidas, com uma reunião plenária de alto nível na próxima segunda-feira, 24 de setembro.

O ODS 2 pede a erradicação da fome até 2030. O número de pessoas com fome no mundo vem aumentando nos últimos anos, de acordo com os relatórios de referência da FAO sobre o assunto. "Conflito e instabilidade estão entre as principais causas", disse Graziano da Silva, observando que 60% das pessoas que enfrentam a fome vivem em países afetados por guerras ou conflitos civis. "A evidência é clara", disse ele. "Se o conflito aumenta, a fome aumenta. O relacionamento é direto."

A FAO está intensificando seus esforços para contribuir na manutenção e sustentação da paz, especialmente através de programas destinados a promover a coesão social, proteger e sustentar os meios de subsistência e apoiar a recuperação, reconstrução e desenvolvimento rural. A ideia é gerar ciclos que se reforçam mutuamente, de acordo com Graziano da Silva. A Agricultura pode ser o motor de estabilização e recuperação para pessoas que vivem em contextos frágeis, acrescentou.

"Estou convencido de que nossos esforços para salvar vidas e meios de subsistência - ao promover resiliência de longo prazo - são contribuições importantes para o fim dos conflitos e a estabilidade dentro dos países e entre regiões", apontou Graziano da Silva, acrescentando que não apenas a paz é uma pré-condição para a segurança alimentar, mas a agricultura e a própria segurança alimentar podem contribuir para a construção e manutenção da paz no mundo.