FAO no Brasil

Delegação da Guiana visitou Vitória para conhecer experiência brasileira em alimentação escolar

Foto: Fernanda Baldo/FAO
12/10/2017

Grupo formado por 18 representantes da Guiana, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e do governo do Brasil fizeram uma visita técnica à capital capixaba conhecer o programa de alimentação escolar executado no Espírito Santo.

Brasília – Para conhecer a experiência brasileira do Programa de Alimentação Escolar e das compras da agricultura familiar, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), com apoio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), da Prefeitura Municipal e a Secretaria Municipal de Educação de Vitória, promoveu uma visita técnica de representantes do governo da Guiana à cidade de Vitória, nos dias 10 e 11 de outubro.

A missão técnica contou com a presença da primeira-dama da Guiana, Sandra Granger, além de nove ministros de Estado daquele país. Na agenda, a delegação trocou experiências e conheceu um pouco mais sobre o projeto regional de fortalecimento de programas de alimentação escolar na América Latina e no Caribe, executado no marco do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO; a gestão do Programa Nacional de Alimentação Escolar do Brasil (PNAE); e o programa de alimentação escolar executado pela Secretaria Municipal de Educação de Vitória.

Na agenda de visitas técnicas, o grupo conheceu a Escola Municipal de Ensino Fundamental de Tempo Integral (Emefti) Eunice Pereira da Silveira, em Tabuazeiro; e o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Aécio Bispo dos Santos, no Jaburu.

A delegação da Guiana também visitou agricultores familiares de Santa Maria de Jetibá, zona rural do Espírito Santo para conhecer a experiência de comercialização de produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar; seguido de uma conversa sobre os processos de aquisição da agricultura familiar e as políticas públicas que atuam sobre o desenvolvimento rural sustentável.

A primeira-dama da Guiana, Sandra Granger, agradeceu o privilégio de estar no Espírito Santo e de ter a oportunidade de aprender sobre a alimentação saudável e sustentável aplicada nas escolas de Vitória.

Para a coordenadora do projeto de fortalecimento de programas de alimentação escolar na América Latina e no Caribe, Najla Veloso, estas visitas técnicas de troca de experiências “representam uma oportunidade única de ver, in loco, o que muitas vezes, para alguns, pode parecer algo distante quando se fala em alimentação escolar sustentável. Ver na prática significa a oportunidade de perceber que, com uma gestão comprometida, eficiente e organizada, nós podemos ter a alimentação escolar na estrutura que nós definimos", avaliou Najla Veloso.

A secretária de Educação, Adriana Sperandio, explicou que durante os 200 dias letivos do ano, são servidas cerca de 23 milhões de refeições aos estudantes das 103 unidades de ensino de Vitória, um número considerado bastante alto. “Trabalhamos buscando a excelência, focando numa alimentação balanceada e sustentável".

Esta é a segunda vez que a FAO organiza uma missão técnica ao Espírito Santo. A primeira visita foi em maio de 2017, com uma deleção de 13 países da América Latina e do Caribe. "É uma satisfação contar com a colaboração de Vitória ao socializar sua aprendizagem no campo da alimentação escolar", disse Najla Veloso.

Terri Raney, do Escritório Sub-regional da FAO para o Caribe, disse que ficou impressionada com o espaço escolar e com a alta qualidade dos alimentos oferecidos. “Também me impressionou o comprometimento da comunidade, dos profissionais e das lideranças com a dignidade das crianças. É o que há de mais importante, como um pilar fundamental para o desenvolvimento. Com isso, vocês formam verdadeiros cidadãos, não apenas estudantes", afirmou Terri.

Alimentação escolar na América Latina e no Caribe

Desde 2009, uma parceria entre a FAO, o FNDE e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE) vem executando o projeto regional de fortalecimento de programas de alimentação escolar na América Latina e no Caribe, com um enfoque no direito à alimentação adequada a partir do fortalecimento de políticas públicas de alimentação escolar. 

Além da Guiana, outros 12 países da região participam desta iniciativa de Cooperação Sul-Sul: Belize, Costa Rica, El Salvador, Granada, Guatemala, Honduras, Jamaica, Paraguai, Peru, República Dominicana, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas.

O projeto foi desenhado a partir das experiências e lições aprendidas pelo Brasil em seus mais de 60 anos de execução do PNAE.

Para contribuir no desenvolvimento de políticas públicas de alimentação escolar na região, este projeto trabalha com uma série de ações, entre elas, o apoio técnico para melhoria da qualidade dos programas, assim como na institucionalização da política pública por meio de legislações sobre este tema.