FAO no Brasil

Projeto da FAO e Ministério do Meio Ambiente buscará combater a desertificação em áreas degradadas

Foto: Gilberto Soares/MMA
26/03/2018

Brasília, Brasil - A FAO Brasil e o Ministério do Meio Ambiente (MMA) irão desenvolver uma iniciativa que visa a recuperação de terras degradadas: o projeto Redeser. As ações começarão no Maranhão, em quatro municípios do estado com alto risco de desertificação: Barreirinhas, Tutóia Matões e Água Doce. Posteriormente, serão estendidas para os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba Bahia e Alagoas.

Segundo o Representante da FAO no Brasil, Ala Bojanic, o projeto integra o escopo da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas. “É essencial recuperar e manter a terra hoje, para garantir comida para o futuro”.

No Brasil, 16% do território (1,34 milhão de km²) estão suscetíveis à desertificação. Essa área atinge 1.490 municípios e quase 35 milhões de pessoas, de acordo com dados do MMA.

Bojanic explica que a ideia é envolver a comunidade, autoridades estaduais e municipais para que seja possível reverter o processo de degradação de terra, a partir de uma visão apenas técnica, mas também social e econômica. “O projeto deverá trabalhar a geração de renda para as famílias, os direitos das mulheres, dos povos indígenas, de grupos vulneráveis para que assim, seja fortalecida a dimensão social nestas regiões”.

A união dos três componentes: ambiental, social e produtiva é o foco do Ministério do Meio Ambiente para conter a desertificação no nordeste brasileiro. Para isso, serão instaladas Unidades de Recuperação de Área Degradada (URAD). Estas Unidades irão desenvolver ações de manejo dos recursos florestais no âmbito de propriedade (pequenos produtores rurais) e de paisagem rural. Além disso, serão desenvolvidas ações de recuperação das florestas degradadas por meio da implantação de viveiros florestais, treinamento de técnicos de viveiros e fortalecimento de bancos de sementes florestais.

O lançamento do projeto ocorreu no mês de fevereiro, na cidade de Barreirinhas, um dos municípios beneficiados pela iniciativa, com a participação da FAO, Ministério do Meio Ambiente, Instituto Chico Mendes de Conservação do Bioma, bem como prefeitos da região, parlamentares e comunidades tradicionais, entre outros.  

No total, serão investidos 3,9 milhões de dólares de recursos GEF (Global Environmental Facility), além de uma contrapartida de 18 co-financiadores: AGENDHA (Assessoria e Gestão em Estudos da Natureza); APNE (Associação de Plantas do Nordeste); CEPIS (Fundação Parque Tecnológico de Paraíba); FA (Fundação Araripe); FAO; FUNETEC (Fundação de Educação Tecnológica e Cultural); IABS (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade; ICRAF (Centro Mundial Agroflorestal); INSA (Instituto Nacional do Semiárido); MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário); MMA; SEAFDS (Secretaria de Agricultura da Paraíba); SEAPAC (Serviços de Apoio para Projetos Alternativos Comunitários); SEIHRMACT (Secretaria de Meio Ambiente da Paraíba); SEMA (Secretaria de Meio Ambiente de Crato); SEMARH (Secretaria de Meio Ambiente de Alagoas); SEPLAN (Secretaria de Planejamento do Rio Grande do Norte); SFB (Serviço Florestal Brasileiro).