FAO no Brasil

FAO incentiva consumo de leguminosas para garantia de alimentação saudável

@Sebastião Araujo
10/10/2016

Simpósio realizado em Goiás reuniu especialistas do Brasil para debater sobre o tema

O simpósio ‘Sustentabilidade na produção das leguminosas de grãos alimentícios no Brasil' foi realizado na manhã do dia 7 de outubro e reuniu extensionistas, pesquisadores, estudantes, consultores e produtores rurais na sede da Embrapa Arroz e Feijão em Santo Antônio de Goiás.

O evento faz parte da celebração do Ano Internacional das Leguminosas (AIL 2016) e foi organizado pela Embrapa Arroz e Feijão, em conjunto com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás (Emater/GO).

Dentre os temas, se destacaram o papel da pesquisa e da extensão para a produção sustentável de leguminosas, questões relativas à produtividade, aspectos sociais e econômicos, bem como, a importância do consumo das leguminosas de grãos alimentícios como grandes aliados na luta contra a desnutrição infantil, a obesidade e a inclusão na dieta humana.

Na palestra inicial, o representante da FAO, Gustavo Chianca, destacou a importância dos grãos de leguminosas na alimentação humana; Chianca abordou os objetivos do Ano Internacional e a situação da segurança alimentar no mundo. O contingente de pessoas que passam fome no mundo, principalmente, na África e na Ásia contrapondo a situações de desperdício e perdas de alimentos e as epidemias geradas por causa da prevalência de sobrepeso e obesidade nas Américas foram, também, tratados pelo representante da FAO.  

"As leguminosas possuem inúmeros benefícios nutricionais que aliadas a uma dieta saudável previne doenças que atualmente atingem a milhares de pessoas em todo o mundo. Além disso, a produção sustentável de grãos de leguminosas pode contribuir no enfrentamento às mudanças climáticas", ressaltou Gustavo Chianca. 

O perfil e a situação socioeconômica dos diferentes segmentos de agricultores de Goiás foram apresentados por Pedro Arraes, presidente da Emater Goiás. Em Goiás, segundo levantamento realizado pelos técnicos da Emater GO em conformidade com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) somam, em média, 90 mil pequenas propriedades rurais com renda em torno de até 4,7 salários mínimos/mês. Isso significa um universo de 79,1% das propriedades no estado.

No outro extremo, o Estado conta com 1.700 de propriedades (1,7%) que concentram, em média, 658,3 salários mínimos/mês.  "Então é preciso que as instituições de pesquisa e extensão tenham esta consciência e, através de políticas públicas voltadas ao homem do campo, possam viabilizar modelos e estratégias inclusivas e que garantam algum tipo de conhecimento e informação estrutural, gerando estímulos e caminhos para a produção e comercialização agrícola para que esses agricultores sejam inseridos em sistemas produtivos e em programas do governo federal, como por exemplo, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Na parte econômica, o consultor do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), Marcelo Eduardo Lüders, destacou o potencial de exportação de grãos para os próximos anos, principalmente, para a China e Índia, indicando que o Brasil tem boas expectativas para atender a esses mercados em potencial. "Só a China e a Índia, juntas, têm uma demanda, a mais, de importação de leguminosas na ordem de 410 milhões de toneladas para os próximos 10 anos".    

Nesse sentido, o simpósio sobre sustentabilidade na produção de leguminosas no Brasil, se insere em toda a programação referente ao Ano Internacional das Leguminosas, fortalecendo informações e criando espaços de debates sobre a importância do consumo de grãos seu grande potencial para ajudar a erradicar a fome e melhorar as condições crônicas de saúde no mundo.

Saiba mais informações sobre o Ano Internacional das Leguminosas no mundo acessando aqui

Texto: Hélio Magalhães (Embrapa Arroz e Feijão) com a colaboração de Karla Lucena (FAO)