Brasília – Em parceria com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), o representante da FAO no Brasil, Alan Bojanic lançou na última sexta-feira (27/01) o Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe. O evento contou também com a participação da chef de cozinha e apresentadora Rita Lobo.

Um dos principais dados do Panorama aponta para uma realidade preocupante: mais da metade da população da América Latina e Caribe sofre de sobrepeso e obesidade. No Brasil, o sobrepeso afeta 54,1% da população e a obesidade atinge a 20% da população adulta, sendo a maior prevalência entre as mulheres, 22,7%.

“Se por um lado os países têm conseguido combater a insegurança alimentar e reduzir o número de pessoas que passam fome, por outro, estamos acompanhando um crescente aumento do sobrepeso e da obesidade. Precisamos encarar de frente esse problema que gera impactos importantes na saúde das pessoas”, ressaltou Alan Bojanic.

O representante da FAO também enfatizou a necessidade de se construir sistemas alimentares sustentáveis e ainda garantir o acesso das pessoas a alimentos saudáveis e nutritivos.

Para o Representante da OPAS no país, Joaquín Molina, essa “epidemia de obesidade” está diretamente ligada à má alimentação. “Estamos consumindo produtos cheios de conservantes, gorduras, sal, açúcar... Alimentos ultraprocessados que não lembram em nada a ‘comida da vovó’. E minha vovó cozinhava muito bem. Porque ela usava principalmente alimentos in natura e minimamente processados, que são as frutas, folhas, ovos, leite, arroz, feijão, carne, um franguinho grelhado. Esses alimentos podemos comer à vontade. E, em menor quantidade, os alimentos processados, que são os queijos, pães, geleias”, afirmou Molina.

Defensora do que classifica como comida de verdade, a chef e apresentadora Rita Lobo disse que o brasileiro não precisa de muito para seguir uma dieta saudável. “A base dos nossos pratos arroz, feijão, uma proteína e salada é comida de verdade. Não existe um alimento que possa melhorar radicalmente a vida de ninguém. O importante é a pessoa saber identificar o que é comida e o que é imitação de comida. Se no rótulo aparece edulcorante, aromatizante e outros nominhos estranhos, não é comida de verdade”, salientou.