Lagarta do Funil do Milho: FAO adverte para medidas sustentáveis para conter a praga
Cerca de 49 mil toneladas de milho já foram perdidas em Moçambique devido a praga da Lagarta do Funil do Milho (LFM) segundo dados da Direcção Nacional de Agricultura e Silvicultura.
Falando durante umo seminário sobre maneio e controlo da Lagarta do Funil do Milho (LFM) nas condições do Sector Familiar, realizado em Maputo, o Representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Moçambique, Olman Serrano, disse que "a FAO continuará a dar o seu apoio e assistência técnica procurando sempre trazer o conhecimento e a experiência global para a adaptação ao nível local, aconselhando o governo sobre medidas sustentáveis mais adequadas”.
O seminário de dois dias, organizado pelo Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA) em coordenação com a FAO e com a Associação Brazileira de Cooperação, tinha como objectivo assegurar que os técnicos fitossanitários, extensionistas agrários, oficiais de tecnologia e outros intervenientes na produção do milho, adquiram conhecimento básico para a identificação, monitoria, maneio e controlo da LFM.
O Director Nacional de Agricultura e Silvicultura, Pedro Dzucule, afirmou que “a introdução recente da praga da Lagarta do Funil do Milho, Spodoptera frugiperda em Moçambique pode comprometer a segurança alimentar se medidas de maneio e controlo não forem implementadas de forma eficaz e atempada”.
Pedro Dzucule destacou na sua intervenção, a importância do uso dos pesticidas amigos do ambiente para savagualdar a biodiversidade e que não coloquem em causa a saúde pública.
Participaram do evento cerca de 120 pessoas, entre técnicos do MASA, das Instituições de investigação, Academia, produtores, líderes comunitários, ONGs, especialistas da FAO e representantes de países do Brasil, Angola, Cabo-Verde e São Tomé e Príncipe, que partilharam suas experiências no maneio e controlo da praga.
Ao fim de dois dias a interacção entre os vários países representados no seminário permitiu a troca de experiências sobre os diferentes métodos de maneio e controlo da Lagarta do Funil do Milho e o aumento da consciêncialização sobre a adopção de métodos de maneio da Lagarta do Funil que garantam produção sustentável do Milho.
Em Moçambique, a praga foi identificada em Fevereiro de 2017 e para a sua contenção por parte da FAO foram treiandos formadores nacionais no controlo da praga; foram produzidos e disseminados materiais técnicos para permitir uma ampla capacidade de identificação da praga e foi desenvolvido um manual para as Escolas na Machamba do Camponês para a implementação de medidas complementares de gestão sustentável da praga, para além da criação de um novo sistema de monitoria e aviso prévio da praga denominado FAMEWS, para apoiar técnicos de campo e camponeses a avaliar o impacto da praga.