FAO in Mozambique

15 mil agricultores já adoptam agricultura de conservação em Moçambique

20/12/2019

20 de Dezembro de 2019, Manica- Desde 2017, um total de 15 mil camponeses de zonas áridas e semiáridas das províncias de Tete, Manica e Sofala (centro) e Gaza (sul) passaram a usar técnicas de conservação nos seus campos de cultivos.
Estas províncias estão entre as que mais sofrem com os efeitos das calamidades naturais em Moçambique, o que obriga os camponeses, maioritariamente dependentes da agricultura de subsistência, a procurar alternativas para sobreviver.

Estes dados foram revelados à margem da reunião da Plataforma Nacional de Agricultura de Conservação que acontece a cada dois anos, organizada pela FAO, PROMAC e CLUSA.

A reunião tinha como objectivo reforçar as parcerias, aumentar o reconhecimento e propor um roteiro que contribua para o aumento da utilização de práticas de AC procurando alinhar com os compromissos nacionais e internacionais do país.
O assessor técnico da FAO, Pedro Simpson, disse ser necessário aumentar o conhecimento das famílias rurais para alinhar os compromissos nacionais e internacionais de Moçambique.

"A seca e a mudança de ciclos de chuvas são realidades cruéis para os produtores, o que exige deles medidas específicas de adaptação, no contexto das mudanças climáticas, e a agricultura de conservação aparece como resposta" disse Pedro Simpson, assessor técnico da FAO.

Simpson destacou que há menos chuva e água para a agricultura de sequeiro, de que depende a maioria das famílias camponesas, e, por isso, propõe políticas e estratégias para melhorar a produção e garantir a segurança alimentar e nutricional.
"Temos de assegurar que as várias tipologias de produtores adoptem práticas agrícolas sustentáveis, amigas do ambiente e que não comprometam os recursos que serão necessários para as próximas gerações", precisou Pedro Simpson.

A FAO vem implementando em Moçambique, desde 2002, a metodologia de Escolas na Machamba do Camponês, uma iniciativa que já ajudou 150 mil camponeses rurais a praticarem uma agricultura resiliente perante adversidades ecológicas e aumentou consideravelmente a produção familiar.

Recentemente, Moçambique aderiu à iniciativa africana, definida em Malab0 (Nigéria), para até 2025, o alcance  de 25 milhões de hectares de terra agrícola usados com práticas inteligentes.

Após esta iniciativa, Moçambique desenvolveu uma plataforma nacional de agricultura de conservação, cujo objectivo é incentivar esta prática.