FAO in Portugal

Para assegurar o Futuro da Alimentação, devemos proteger as abelhas

21/05/2018

Liubliana  – O primeiro Dia Mundial das Abelhas foi celebrado a 20 de maio de 2018. A cerimónia oficial  teve lugar em Breznica, na Eslovénia. Em 1734, nessa cidade nasceu Anton Janša, um pioneiro da apicultura moderna. Por essa razão, a data do seu nascimento foi a data escolhida para assinalar anualmente o Dia Mundial das Abelhas.

Esta comemoração visa enfatizar a importância vital que as abelhas representam para os sistemas alimentares sustentáveis e saudáveis. Os insetos polinizadores encontram-se ameaçadas pelos efeitos combinados da mudança climática, da agricultura intensiva, dos pesticidas, da redução da biodiversidade e da poluição.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) apelou aos países e aos indivíduos que trabalhem no sentido de proteger as abelhas e outros polinizadores, de modo a prevenir uma queda acentuada na diversidade dos alimentos.

“Não podemos aumentar a produção e a produtividade com base no uso generalizado de pesticidas e outros produtos químicos que ameaçam os cultivos e os polinizadores” – alegou Graziano da Silva ao alertar para o facto de os países terem de adaptar políticas e sistemas alimentares sustentáveis que protejam os polinizadores.

Mais de 75% das culturas destinadas à alimentação humana dependem, em certa medida, das abelhas. Sem esses insetos e outros polinizadores, não seria possível produzir café, maçãs, amêndoas, tomates ou cacau.

Nas últimas décadas, o número e a diversidade de polinizadores diminuiu e os estudos científicos indicam que esse declínio resulta das atividades humanas e das mudanças climáticas que podem influenciar negativamente as épocas de floração.

A práctica de uma agricultura sustentável, em particular a agroecologia, podem auxiliar na proteção das abelhas através da redução de exposição a pesticidas bem como através da diversificação da paisagem agrícola.

“Através da agroecologia, a FAO procura aprimorar as interações entre as plantas, os animais, os seres humanos e o meio ambiente. As inovações são necessárias e devem basear-se na criação conjunta de conhecimento, combinando a ciência com a sabedoria e as experiências locais”, acrescentou Graziano.

Em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a FAO desenvolveu o Código de Conduta Internacional face a Gestão de Pesticidas. A publicação recomenda boas práticas com o intuito de diminuir a exposição dos polinizadores a substâncias nocivas.

Fotografia: Jošt Gantar - Um apicultor em Liubliana, Eslovénia