Lisboa - No passado dia 19 de setembro de 2018, a Consultora em Políticas Públicas do Escritório de Informação da FAO em Portugal e junto da CPLP, Mariana Dias Simpson, participou no ciclo de debates “Desafio 2030 – Uma Agenda para o Desenvolvimento Sustentável”. A iniciativa, promovida pela Fundação INATEL, integra 17 debates temáticos em harmonia com os princípios e objetivos da “Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável”, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

No contexto de um debate alusivo ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 -Erradicar a fome - a consultora da FAO participou no painel “Estratégias para a erradicação da fome”. Na sua apresentação sobre «A realização do Direito Humano à Alimentação Adequada», abordou os desafios globais do sistema alimentar atual, fazendo referência ao aumento do número de pessoas que passam fome no mundo, 821 milhões em 2017, e ao elevado número de mortes por doenças crónicas.

Alertou que, enquanto um número elevado de pessoas está desnutrida, um terço dos alimentos produzidos continuam a ser perdidos ou desperdiçados. Mariana Dias Simpson referiu que “A negação do Direito Humano à Alimentação Adequada não é uma questão de falta de alimentos. A raiz do problema está na falta de acesso, causada acima de tudo pela pobreza e a exclusão social, e não na insuficiência de recursos”, sublinhando “a necessidade de garantir o acesso, para todas as pessoas, a uma alimentação de qualidade, nutritiva e suficiente durante todo o ano”.

No mesmo painel, Paula Policarpo, representante do Movimento Zero Desperdício abordou o tema «Acabar com o desperdício alimentar em Portugal», João José Fernandes, Presidente e Diretor Executivo da Oikos/Cooperação e Desenvolvimento reflectiu sobre «Integrar para Alimentar, Pacto de Milão e SmartFarmer» e Paulo Barata e Pedro Pena Bastos, do Movimento Sangue na Guelra/CookTivism falaram do «Manifesto para o Futuro da Cozinha Portuguesa – identidade, sustentabilidade, ativismo».

Após o debate do painel, foi realizada uma homenagem, pelo Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio José da Cruz Fonseca, ao antigo Bispo de Setúbal, D. Manuel Martins, conhecido como o “bispo vermelho”, pela sua acção de denúncia das situações de fome e de injustiça social.