Itália e FAO avançam com consciencialização sobre a dieta mediterrânica
O acesso a dietas saudáveis, como a dieta mediterrânica, é fundamental para alcançar a Agenda 2030, e essas dietas devem ser protegidas e promovidas. Esta foi a principal mensagem apresentada no dia 18 de setembro, pelo governo de Itália, com o apoio da FAO, com o objetivo de aprofundar a compreensão da dieta mediterrânica e consciencialização para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
O evento, o primeiro de uma série de eventos relacionados com a dieta mediterrânica, concentrou-se nas origens, história, tradições e paisagens da dieta mediterrânica e nos princípios em que se baseia. A iniciativa reuniu também especialistas relacionados com a dieta mediterrânica, sendo que estiveram presentes, antropólogos, nutricionistas, representantes do Ministério de Relações Exteriores da Itália, agências da ONU e universidades.
Dieta mediterrânica e os seus benefícios para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
A dieta mediterrânica promove padrões locais de produção e consumo de alimentos, incentiva a agricultura sustentável, preserva a paisagem e tem uma pegada ambiental baixa, afirmou o Diretor-Geral da FAO, Qu Dongyu, no lançamento do evento na sede da FAO em Roma.
No entanto, alertou o chefe da FAO, a dieta mediterrânica, como muitas outras dietas tradicionais em todo o mundo, está a ser perdida pelos hábitos alimentares modernos, uma dependência crescente de opções de “alimentação fácil” oferecidas por supermercados e restaurantes fast-food.
O crescimento populacional, a globalização, a urbanização e as pressões económicas estão a causar mudanças nos nossos sistemas alimentares, dietas e padrões de consumo, e conduzem, por sua vez, a dietas pouco saudáveis, com consequências preocupantes para a saúde e a vida das pessoas e as economias dos países.
É por isso que as iniciativas de proteção e apoio às dietas saudáveis tradicionais, como a dieta mediterrânica, devem ser elogiadas, e o seu conhecimento deve ser ampliado, destacou o Diretor-Geral da FAO.
Dieta Mediterrânica
A FAO reconhece a importância das dietas tradicionais e indígenas em todo o mundo, destacando os seus benefícios e apoiando a sua proteção.
Com financiamento do governo italiano, a FAO e Itália têm trabalhado para melhorar a adesão à dieta mediterrânica no Líbano e na Tunísia. O conhecimento obtido com este trabalho será transferido para intervenções políticas para promover a dieta mediterrânica de maneira mais ampla.
Como parte da Década de Ação das Nações Unidas sobre a Nutrição, a FAO, Itália e os seus parceiros lançarão a Rede de Ação, um grupo de agências da ONU e países membros, para promover o diálogo político e aprimorar a ação local sobre dietas tradicionais, saudáveis e sustentáveis.
O tema do Dia Mundial da Alimentação deste ano, um dia para comemorar o nascimento da FAO em 16 de outubro, é dedicado à promoção de dietas saudáveis.
A importância das dietas tradicionais como elemento central do património cultural também se reflete nos Sistemas Importantes de Património Agrícola Mundial que a FAO estabeleceu em 2012, com duas paisagens italianas, as vinhas tradicionais de Soave e os olivais das encostas entre Assis e Spoleto, recentemente adicionadas à lista de “paisagens impressionantes de beleza estética que combinam biodiversidade agrícola, ecossistemas resilientes e uma valiosa herança cultural”.
Os eventos relacionados com a dieta mediterrânica, a serem realizados entre setembro de 2019 e final de 2020, visam promover a adoção da dieta mediterrânica e explorar como os vários aspetos da dieta podem ser incorporados no trabalho da FAO sobre segurança e nutrição alimentar, sistemas alimentares sustentáveis, biodiversidade, perda e desperdício de alimentos e inovação agrícola.