FAO in Portugal

Instituto Nacional de Estatística divulga Balança Alimentar Portuguesa 2012-2016

17/04/2017

Lisboa – No passado dia 7 de Abril, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou a Balança Alimentar Portuguesa 2012-2016 (BAP 2012-2016), um instrumento analítico de natureza estatística que mede o consumo alimentar do ponto de vista da oferta dos alimentos, enquadrando as disponibilidades alimentares e a respetiva evolução em Portugal, em termos de produtos, nutrientes e calorias. A BAP disponibiliza um conjunto de indicadores de referência de carácter global, que podem ser utilizados para diversas finalidades, nomeadamente para a avaliação, a nível nacional, das disponibilidades, da procura e das tendências de consumo como instrumento orientador de políticas de produção agrícola, das pescas ou da indústria alimentar.

O INE refere que "As disponibilidades alimentares para consumo no período 2012-2016 continuam a evidenciar uma oferta alimentar excessiva e desequilibrada que tem vindo a afastar-se progressivamente do padrão alimentar mediterrânico, ainda que na última década se tenham observado algumas melhorias", ressalvando a quantidade excessiva de alimentos disponíveis que resulta num "aporte calórico médio de 3834 Kcal, quase suficiente para suprir as necessidades de consumo recomendadas de 2 adultos". Comparativamente ao padrão alimentar recomendado pela Roda dos Alimentos "a oferta alimentar revela desequilíbrios, com excesso de oferta de produtos alimentares do grupo da “Carne, pescado e ovos” e “Óleos e Gorduras” e défice de “Hortícolas”, “Frutos” e “Leguminosas secas”."

Relativamente à disponibilidade de produtos dos diferentes grupos alimentares, entre 2012 e 2016, em média, cada português tinha disponível diariamente para consumo, 213,3 gramas de carne, 54,3 gramas de pescado, 23,3 gramas de ovo (equivalente aproximadamente a meio ovo), 332,7 gramas de leite e produtos lácteos, 338,7 gramas de cereais, 288,2 gramas de hortícolas, 222,2 gramas de frutos, 8,0 gramas de leguminosas secas, 102,9 gramas de óleos e gorduras, 73,6 gramas açúcar, 547,7 mililitros de bebias não alcoólicas e 266,7 mililitros de bebidas alcoólicas.

A excessiva ingestão de alimentos do grupo "carne, pescado e ovos", continua a representar um dos principais problemas verificados, sendo que a oferta alimentar aumentou dos 16% para os 16,5% e a Roda dos Alimentos recomenda um consumo de 5%. A oferta de carne de suínos (31,5%) foi pela primeira vez inferior à de carne de animais de capoeira (36,7%), enquanto que a carne de bovino, manteve-se em terceiro lugar. Nos 5 anos analisados, a disponibilidade das carnes brancas aumentou 16,1% e a de carne de bovino 8,6%.

Apesar da ingestão de hortícolas, frutos e leguminosas secas ainda se encontrar abaixo das recomendações, houve um aumento da ingestão destes grupos alimentares no período estudado. O consumo de hortícolas que representava 15% do consumo em 2012 passou para os 16,2%, em 2016, o peso dos frutos aumentou de 11,7% para 12,7% e as leguminosas secas, com predominância do feijão, aumentou de 0,5% para 0,6%.

Segundo o INE "É importante notar que o quinquénio 2012-2016 incluiu um período recessivo da economia portuguesa (2011-2013), sendo ainda de salientar os seguintes factos que afetaram a disponibilidade de bens alimentares: extinção do regime de quotas leiteiras, o embargo da Rússia à carne europeia e a aplicação da Diretiva Bem-Estar Animal."

Foto: ©FAO/Sebastián Villar