FAO en Sao Tomé-et-Principe

Novo projeto de apoio à horticultura nacional concorre para o desenvolvimento de sistemas alimentares sustentáveis

Venda de hortícolas em São Tomé © FAO Denilson Costa

10/09/2019

10 de Setembro de 2019, São Tomé – A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pescas e Desenvolvimento Rural de São Tomé e Príncipe, realizou hoje o lançamento oficial e reunião técnica do projeto de “Apoio à capitalização e valorização de produções hortícolas para a segurança alimentar e nutricional em São Tomé e Príncipe”.

O evento que teve lugar no Centro de Aperfeiçoamento Técnico Agropecuário (CATAP), foi presidido pelo ministro tutelar da Agricultura, Francisco dos Ramos, que exortou à apropriação das atividades do projeto por parte dos técnicos para, a curto prazo, garantir o sucesso do projeto, mas também, no futuro, propiciar o aumento do contributo da agricultura para o Produto Interno Bruto (PIB) de São Tomé e Príncipe. De facto, apesar de quase 60% da população ativa se dedicar à agricultura, o contributo do setor para o PIB é de 22%.

O impulso económico do setor tem sido um dos objetivos declarados do ministro que vê na agricultura um potencial capaz de suprir a maioria das necessidades alimentares dos são-tomenses, reduzindo assim a dependência das importações externas. “Embora as inúmeras dificuldades, nomeadamente, a pressão demográfica, o êxodo rural, mudanças climáticas, solos empobrecidos e outros fatores que causaram uma considerável degradação da produção em anos recentes e, consequentemente, do padrão de vida das populações, devemos louvar a Deus por ainda termos condições de solo e clima favoráveis para produção de produtos locais como frutos, produtos hortícolas, tubérculos, criação de animal em substituição de importações massivas de determinados produtos de qualidade duvidosa”, assegurou o Ministro Francisco Ramos.

De olhos postos no futuro, Francisco dos Ramos acrescentou: “Temos que, até 2030, garantir o desenvolvimento de sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas e outros desafios”.

Visando promover a horticultura nos distritos de Água Grande, Mé-Zóchi, Lobata e Região Autónoma do Príncipe, este projeto adotará um abordagem de Escolas de Campo para Agricultores e terá como principal impacto alcançar o aumento da produtividade e qualidade das hortícolas, bem como a melhoria da segurança alimentar e nutricional das populações.

O papel da FAO no combate à fome e à insegurança alimentar e nutricional

O combate à insegurança alimentar e nutricional compõe o mandato da FAO, uma responsabilidade complexa que valeu o lançamento do “Desafio Fome Zero”, pelo ex-Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, em 2012 durante a Rio+20. O Desafio Fome Zero consiste na eliminação da fome até 2030, mas não só. Os seus objetivos: são garantir 100% de acesso a uma alimentação nutritiva e suficiente durante todo o ano a todos; acabar com a desnutrição na gravidez e primeira infância; criar sistemas alimentares sustentáveis em todo mundo; aumentar a produtividade e rendimento dos pequenos agricultores – especialmente mulheres; e erradicar o desperdício de alimentos. Este é um desafio que requer a ação de todas as pessoas e todos os setores. O compromisso político para com o alcance de sistemas alimentares sustentáveis constitui um dos seus pilares e a FAO em São Tomé e Príncipe tem vindo a trabalhar com o Governo de São Tomé e Príncipe nesse sentido.