FAO e OTCA impulsionam a bioeconomia amazônica com um programa de investimentos sustentáveis
O programa busca mobilizar US$ 70,3 milhões para impulsionar ecossistemas digitais e promover a gestão sustentável da pesca na Amazônia.
©FAO
No âmbito do Fórum Mundial da Alimentação, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) reafirmaram seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, ao apresentar o Programa de Investimento em Bioeconomia Amazônica a representantes do setor privado, bancos multilaterais, governos e instituições comprometidas com a transformação dos sistemas agroalimentares.
A proposta busca mobilizar um total de US$ 70,3 milhões para melhorar os meios de vida rurais e ampliar as oportunidades de renda, por meio da criação de ecossistemas digitais que promovam a rastreabilidade de produtos amazônicos selecionados e o fortalecimento dos bens públicos, e que fortaleçam a gestão sustentável da pesca por meio de acordos regulatórios regionais que permitam uma melhor comercialização.
Durante a abertura da sessão, o Economista-Chefe e Representante Regional para a América Latina e o Caribe a.i., Máximo Torero, destacou que “a Amazônia deve desempenhar um papel central na bioeconomia do futuro. Para isso, precisamos atuar melhor em conjunto, impulsionando soluções baseadas na ciência, na inovação, na tecnologia e no inestimável conhecimento tradicional das comunidades locais e indígenas”.
Por sua vez, Vanessa Grazziotin, Diretora Executiva da OTCA, enfatizou que “o que precisamos demonstrar em cada um dos nossos países, e também coletivamente, é que as florestas em pé têm um valor significativamente maior do que as florestas desmatadas. Para isso, devemos apostar com força na região, e isso significa investir nela”.
Luiz Beduschi, Oficial Sênior de Desenvolvimento Territorial na FAO para a América Latina e o Caribe, observou que: “Quando pequenos produtores têm acesso a serviços digitais, os níveis de bancarização e formalização da economia podem aumentar em até 20%. No entanto, enquanto não resolvermos a exclusão digital que restringe o acesso da população amazônica aos serviços digitais, nosso progresso será limitado”.
O Programa de Bioeconomia da Amazônia, desenvolvido com as ferramentas de informação e análise geoespacial, biofísica e socioeconômica fornecidas pela iniciativa Mão a Mão, responde aos compromissos assumidos pelos oito países membros da OTCA (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela) na Declaração de Belém de 2023 e na Declaração de Bogotá, assinada em agosto deste ano.
Os princípios fundamentais do programa estão orientados a evitar o ponto de inflexão do ecossistema amazônico, reduzir os níveis de pobreza e desigualdade, respeitar os conhecimentos dos povos indígenas e de outras comunidades tradicionais e garantir práticas agrícolas sustentáveis.
Estima-se que sua implementação gere um retorno do investimento de 17,6% e beneficie diretamente aproximadamente 14.500 pessoas que habitam os oito países que compõem a região amazônica.
Mais Iniciativas Sustentáveis para a Amazônia
A sessão também contou com a participação de Sergio Cusicanqui, Ministro do Planejamento e Desenvolvimento do Estado Plurinacional da Bolívia; Manuel Cacho Souza, Embaixador da Missão Permanente do Peru junto à FAO; e José Ricardo Sasseron, Vice-presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Corporativa do Banco do Brasil. Eles apresentaram exemplos de iniciativas que estão implementando para fortalecer a região amazônica.
Em seguida, um painel de especialistas refletiu sobre as iniciativas apresentadas e como elas se conectam com suas diversas áreas de trabalho. Participaram desta sessão Liz Lacerda, Gerente de Amazônia e Alianças do Fundo Vale; Júlio Alves, Analista Sênior de Sistemas Alimentares Sustentáveis do Instituto de Recursos Mundiais; Germán Otálora, Gerente de Programas na Microsoft para a América Latina e o Caribe; Silvana Pena, Subsecretária de Competitividade Industrial e Territorial do Ministério da Produção, Comércio Exterior e Investimento do Equador; Carina Pimenta, Secretária Nacional de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Brasil; Jeniffer Mujica, Embaixadora da Missão Permanente da Colômbia junto à FAO; e Ruy Pereira, Embaixador e Diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, que discutiram a importância e as oportunidades de investir na Amazônia.
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