Brasil e Guatemala reforçam a cooperação técnica no acesso à terra
Com o apoio do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, buscou-se fortalecer a agenda de promoção de políticas públicas de acesso à terra e a implementação das diretrizes voluntárias de governança responsável da terra nos países
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©FAO/Palova Brito
No âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) deram um passo significativo na colaboração entre os governos do Brasil e da Guatemala. O encontro reforçou o compromisso de ambos os países na promoção de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável no acesso à terra, durante um intercâmbio técnico com representantes dos dois países e da FAO sobre o tema.
A atividade, realizada ao longo de três dias, incluiu discussões sobre políticas de acesso à terra e reforma agrária, ferramentas de informação territorial e a conexão dessas políticas com outras iniciativas de desenvolvimento rural, com ênfase na Agricultura Familiar. Foram abordados temas como o programa de compras públicas, o cadastro da agricultura familiar e o Plano Nacional da Juventude Rural.
A diretora de programas do INCRA, Débora Mabel Guimarães, destacou o compromisso do Instituto em apoiar o diálogo sobre políticas de acesso à terra na região e avançar junto com os países vizinhos. “Não é possível falar de redução das desigualdades nem de enfrentamento dos desafios das mudanças climáticas sem abordar o acesso à terra e a reforma agrária”, ressaltou.
Juan Francisco Letona, do Conselho Diretor do Fundo de Terras da Guatemala, considerou o intercâmbio uma oportunidade para fortalecer a proteção das comunidades e seu acesso à terra. Por sua vez, Pedro Boareto, coordenador do projeto de governança responsável da posse da terra no Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, enfatizou a importância de garantir instrumentos e políticas que facilitem o acesso à terra para aqueles que mais precisam. “O acesso à terra deve estar vinculado a uma estratégia de desenvolvimento rural inclusiva e a um conjunto de políticas públicas que fortaleçam as comunidades rurais”, afirmou.
O encontro foi encerrado com uma visita de campo a um assentamento de reforma agrária, onde vivem cerca de 170 famílias que produzem hortaliças e tubérculos orgânicos. Os participantes puderam observar de perto os impactos dessas políticas, dialogar com beneficiários e técnicos, além de analisar oportunidades de melhoria para uma governança territorial mais inclusiva e sustentável. Representando a sociedade civil da Guatemala, Neidy Juracán Morales, do Comitê Camponês do Altiplano, ressaltou a relevância da abordagem brasileira na agricultura familiar e seu impacto sobre mulheres e jovens. “Mais de 50% da população somos mulheres, por isso essas experiências são muito valiosas”, destacou.