Escritório Regional da FAO para a América Latina e o Caribe

A FAO impulsiona a resiliência dos sistemas agroalimentares em cidades intermediárias para um futuro sustentável

Na América Latina e no Caribe, 54 cidades de nove países participam da Rede de Cidades Intermediárias e Sistemas Alimentares (Rede CISA), com o apoio técnico da Agência especializada das Nações Unidas.

©FAO/Max Valencia

06/08/2024, Santiago

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) realizou o webinar Resiliência do sistema alimentar nas cidades intermediárias, para fornecer orientações às cidades intermediárias sobre soluções inovadoras no planejamento urbano de seus sistemas agroalimentares e assim melhorar sua resiliência diante de eventos climáticos extremos.

O evento foi inaugurado pelo Subdiretor Geral e Representante Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, Mario Lubetkin, que afirmou: “Sem dúvida, contar com sistemas agroalimentares mais eficientes e resilientes pode contribuir para o desenvolvimento sustentável das cidades. Estratégias como a produção local, a redução do desperdício de alimentos, a atividade florestal, a agricultura urbana e periurbana, a promoção de dietas sustentáveis, a economia circular e as tecnologias verdes apoiam os processos de transformação”.

O encontro faz parte do trabalho de Cidades Verdes e Sustentáveis, que busca promover a criação de sistemas agroalimentares integrados entre áreas rurais, periurbanas e urbanas, garantindo o acesso a um ambiente saudável e a uma alimentação nutritiva, fomentando a expansão de espaços verdes, contribuindo para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas e para a gestão sustentável dos recursos naturais.

Atualmente, mais da metade da população mundial vive em cidades, e prevê-se que até 2050 esse número aumente para 70%, somando mais de 3,5 bilhões de pessoas às áreas urbanas. Além disso, estima-se que 80% da energia mundial seja consumida em áreas urbanas, onde os habitantes utilizam 70% dos alimentos e geram 60% dos gases de efeito estufa (GEE); e as cidades produzem 70% dos resíduos mundiais.

“Este impacto ambiental é insustentável e exige um repensar da gestão e do planejamento urbanos que devemos abordar com urgência e criatividade. A urbanização, sem um planejamento adequado, degradou significativamente os solos e a biodiversidade, fragmentando e esgotando recursos naturais essenciais. É indispensável que os centros urbanos estejam melhor protegidos e preparados contra as perturbações climáticas e ambientais, a fim de fortalecer os meios de subsistência da população e garantir o acesso a alimentos nutritivos e serviços essenciais”, explicou Mario Lubetkin.

Rede CISA na América Latina e no Caribe

Na América Latina e no Caribe, 54 cidades de nove países participam da Rede de Cidades Intermediárias e Sistemas Alimentares (Rede CISA), com o apoio técnico da FAO. Esta rede facilita a cooperação e o intercâmbio de conhecimentos sobre a governança dos sistemas agroalimentares entre autoridades e equipes municipais.

“Na FAO, continuaremos impulsionando uma agenda ambiciosa para a criação de sistemas agroalimentares integrados entre áreas rurais, periurbanas e urbanas, garantindo o acesso a um ambiente saudável e a uma alimentação nutritiva”, pontuou João Intini, Oficial de Políticas e Sistemas Alimentares da FAO.

Na região, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, México, Paraguai, Peru e Uruguai estão avançando na implementação de políticas e projetos que fortalecem os sistemas alimentares urbanos. Esses esforços incluem a gestão de excedentes agroalimentares, a reativação de conselhos de segurança alimentar, a promoção de cadeias de abastecimento saudáveis e sustentáveis, e a criação de agências intermunicipais para a gestão de bacias hidrográficas.

Um exemplo inspirador de inovação é o UNICIPIO, um Conselho de Coordenação de Políticas Públicas da Área Metropolitana de Mendoza, Argentina, por meio do qual se abordam os desafios ambientais e sociais, desenvolvendo projetos, políticas e gestão de silvicultura urbana a nível metropolitano, que inclui uma plataforma digital, mas também a participação de cidadãos e estudantes na execução das atividades. Por isso, a cidade recebeu recentemente o prêmio de Cidades Verdes da FAO, na categoria de inovação.