Escritório Regional da FAO para a América Latina e o Caribe

A FAO impulsiona uma agenda regional para fortalecer o papel das cooperativas no desenvolvimento produtivo e territorial

No contexto do Ano Internacional das Cooperativas, que se estenderá até 2025, atores da América Latina e do Caribe se reuniram em um evento regional focado no papel das cooperativas nos sistemas agroalimentares, promovendo a troca de experiências e linhas de ação para reforçar sua contribuição ao desenvolvimento produtivo e territorial da região

©FAO/Max Valencia

15/05/2025

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em conjunto com as Cooperativas das Américas — instância regional da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) — e o Instituto de Associativismo e Cooperativismo do Chile (INAC), organizaram o primeiro encontro regional como parte das ações do Ano Internacional das Cooperativas 2025. O evento, que teve como título “Papel do Cooperativismo na transformação dos sistemas agroalimentares da América Latina e do Caribe”.

O evento reuniu representantes de governos, organizações internacionais e cooperativas de toda a região. A sessão inaugural contou com a presença de Máximo Torero, economista-chefe, subdiretor-geral e representante regional interino da FAO para a América Latina e o Caribe; Danilo Salerno, diretor regional das Cooperativas das Américas; Marco Llinás, diretor da Divisão de Desenvolvimento Produtivo e Empresarial da CEPAL; e María Ignacia Fernández, subsecretária de Agricultura do Chile.

Ao longo do dia, foram promovidas a troca de experiências e boas práticas, o fortalecimento de alianças entre cooperativas, governos, setor privado, instituições financeiras e organismos internacionais, bem como a identificação de desafios e oportunidades para o reforço do papel do cooperativismo no desenvolvimento produtivo e territorial.

Máximo Torero afirmou que "a transformação dos sistemas agroalimentares não deve se limitar a produzir mais com menos, mas também alcançar uma distribuição melhor. Nesse processo, o cooperativismo pode acelerar mudanças que seriam ineficazes ou até mesmo inatingíveis se fossem feitas de forma individual”.

Ele acrescentou que "as cooperativas permitem que a agricultura familiar e os pequenos produtores tenham acesso a economias de escala, facilitando o acesso ao financiamento, à tecnologia, à agricultura de precisão e aos mercados. Na FAO, estamos gerando evidências concretas sobre como o setor cooperativo pode integrar os pequenos produtores às cadeias de valor nacionais e regionais, fortalecendo sua competitividade e sustentabilidade”.

Ignacia Fernández ressaltou que "o fomento ao cooperativismo com enfoque de gênero não é apenas uma demanda social, mas uma condição necessária para a justiça e a sustentabilidade do setor cooperativo e do sistema agroalimentar em geral".

Por sua vez, Danilo Salerno destacou que "a colaboração se reflete no valor agregado que oferecemos, garantindo mercados para os produtos, incorporando inovação e transformação, e assegurando qualidade, o que contribui para a redução do custo da dieta". Ele também ressaltou o potencial de metodologias impulsionadas pela FAO, como a iniciativa Mão na Mão, para fortalecer o desenvolvimento cooperativo.

Diante dos desafios estruturais enfrentados pelos sistemas agroalimentares na região, os participantes do encontro destacaram a necessidade de fortalecer as políticas públicas, melhorar a infraestrutura e atualizar os marcos normativos que reconheçam o valor estratégico do cooperativismo. Para isso, foi proposta a ampliação do apoio técnico e financeiro, a inclusão das cooperativas nos programas de desenvolvimento produtivo e a fomentação da articulação intersetorial. Eles também instaram a avançar na implementação da Lei Modelo de Cooperativas e a promover a participação ativa de agricultores familiares, mulheres e jovens.

Dados da região

Em colaboração com a FAO e a CEPAL, está sendo realizado um mapeamento detalhado do cooperativismo agroalimentar na região. Segundo resultados preliminares, existem 14.758 cooperativas agropecuárias e alimentares nas Américas, que reúnem mais de 3,6 milhões de associados e geram cerca de 1,2 milhão de empregos diretos, evidenciando sua relevância nos sistemas agroalimentares e na economia social rural.

A Lei Modelo de Cooperativas

Durante o evento, também foi reafirmado o compromisso com a promoção da Lei Modelo de Cooperativas, aprovada pelo Parlamento Latino-Americano e Caribenho (PARLATINO) em dezembro de 2024. Também foi destacado o Memorando de Entendimento assinado recentemente com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que renova o acordo de cooperação para continuar fortalecendo o cooperativismo na América Latina e no Caribe.

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Ricardo Rivera Especialista em comunicação [email protected]