Escritório Regional da FAO para a América Latina e o Caribe

Mais segura do que antes: América Latina e Caribe criam uma estratégia para enfrentar o risco de desastres

A CELAC apresentou sua Estratégia de Gestão de Risco de Desastres no Setor Agrícola e na Segurança Alimentar para o período 2017-2030

A região da América Latina e do Caribe é altamente sujeita a desastres e alguns de seus países são dos mais expostos ao risco climático de todo o mundo.

14 de dezembro de 2017, Santiago do Chile –Mais segura do que antes: assim se encontram a América Latina e o Caribe logo após que o máximo órgão de integração – a CELAC – aprovou sua estratégia regional para enfrentar o risco de desastres no setor agrícola e na segurança alimentar e nutricional, apontou a FAO.

A Estratégia Regional para a Gestão de Risco de Desastres na Agricultura e na Segurança Alimentar e Nutricional, foi aprovada na última quarta-feira (13) pelos países da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos durante IV Reunião Ministerial de Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural, em San Salvador, El Salvador.

Segundo a FAO, a região da América Latina e do Caribe é altamente sujeita a desastres e alguns de seus países são dos mais expostos ao risco climático de todo o mundo. Os desastres climáticos são os que mais afetam a região, totalizando 70% do total das emergências. Uma mostra disso foi a temporada passada de furacões, que devastou várias ilhas do Caribe por completo.

Para enfrentar este e outros tipos de situações, a CELAC adotou uma inovadora estratégia regional, com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Oficina das Nações Unidas para a Redução do Risco de Desastres, UNISDR.

A estratégia cobrirá o período de 2017 a 2030, alinhada no horizonte com a agenda global da mesma temática: o Marco de Sendai para a Redução do Risco de Desastres.

“Este é um grande salto para a segurança alimentar e o setor agrícola de toda a região”, ressaltou Anna Ricoy, Oficial de Gestão de Risco da FAO.

Ricoy explicou que a estratégia permitirá aos países abordar de maneira integral as ameaças transfronteiriças e trabalhar de forma conjunta em espaços geográficos com características agroecológicas comuns.

Contribuirá, ainda, para compartilhar seus conhecimentos, promover a cooperação Sul-Sul e avançar em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sem que os desastres signifiquem retrocessos contínuos no setor agrícola e na segurança alimentar.

A estratégia estará disponível online em 2018. 

Objetivos principais

Segundo a FAO, a nova estratégia da CELAC busca prevenir o surgimento de novos riscos de desastres e reduzir os existentes no setor agrícola e na segurança alimentar, implementando medidas integradas e inclusivas, de valor agregado regional.

Ricoy salientou que a estratégia tem quatro prioridades relativas ao setor agrícola e à segurança alimentar: compreender os riscos de desastres; fortalecer a governança do risco; investir na redução do risco de desastres para resiliência; e melhorar a preparação de uma resposta eficaz e para uma melhor recuperação, reabilitação e reconstrução (ver vídeo de entrevista a Anna Ricoy).

Apoio centrado na agricultura familiar

A estratégia – que recebeu apoio da FAO ao longo de todo o processo de elaboração – servirá como um guia para os países e está pensado, prioritariamente, para os ministros de agricultura e desenvolvimento rural da região.

Particularmente, a estratégia busca fortalecer a agricultura familiar, que desempenha um papel fundamental em termo de segurança alimentar e nutricional. Sua produção está essencialmente destinada ao mercado doméstico representando aproximadamente 50% do total.

 “A agricultura familiar ocupa, na região, milhares de produtores nas zonas rurais mais pobres e se encontra em condições de risco muito elevadas, visto que o impacto dos desastres na produção vai além do que a simples perda momentânea de renda ou oportunidades, e está diretamente relacionado com a segurança alimentar e a sobrevivência”, destacou Ricoy.