FAO in Mozambique

FAO lança projecto de adaptação às mudanças climáticas para quatro províncias

Lançamento do projecto em Maputo
07/07/2016

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou, esta quinta-feira (07.07.), em Maputo, o projecto "Fortalecimento das capacidades dos produtores agrários para gerir o impacto das mudanças climáticas para melhorar a segurança alimentar através da metodologia da Escola na Machamba do Camponês".

O projecto, que terá a duração de quatro anos e tem como parceiros o Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA), o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), o Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) e o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), irá abranger 15 distritos das províncias de Gaza, Sofala, Manica e Tete, podendo beneficiar cerca de 90 mil famílias numa primeira fase. 

Pedro Simpson, Assessor Técnico Principal da FAO para o projecto, ressalta que "o projecto é uma forma de apoiar o país na implementação dos planos e prioridades do governo". Segundo ele, "as comunidades envolvidas irão receber apoio para identificar e implementar actividades que as tornem mais resilientes aos efeitos das mudanças climáticas como as secas prolongadas".

Com um orçamento total de cerca de 36 milhões de dólares norte-americanos, sendo 9 milhões provenientes do Fundo Global para o Ambiente (GEF, na sigla em inglês), o projecto tem como objectivo aumentar a capacidade dos sectores agrário e pastorício de fazer face às mudanças climáticas através de uma adopção cada vez maior, por parte dos agricultores, de tecnologias e práticas de adaptação às mudanças climáticas numa rede de Escolas na Machamba do Camponês já estabelecidas. 

Na ocasião, a Vice-Ministra da Agricultura e Segurança Alimentar, Luísa Meque, apelou à "flexibilidade dos gestores do projecto na introdução e adaptação de tecnologias acessíveis e apropriadas ao contexto dos produtores moçambicanos, por forma a ajudar na mitigação e adaptação ao impacto das mudanças climáticas no sector agrário". 

Em Moçambique, cerca de 80% da população vivem de actividades agrícolas. Desta percentagem, quase 70% vivem em zonas rurais, dependendo dos recursos naturais e, portanto, vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas. 

Devido às mudanças, o regime de chuvas tem sido cada vez mais imprevisível, o que dificulta a capacidade dos camponeses de gerir os ciclos de plantio das suas culturas agrícolas. 

Nos últimos meses, Moçambique tem sido afectado por uma situação de seca severa, o que tem contribuído para o aumento do número de famílias em insegurança alimentar. 

Segundo o Chefe do Departamento de Planificação e Pesquisa do INAM, Jonas Zucule, "com as mudanças climáticas, a ocorrência de eventos desta natureza, incluindo ondas de calor, cheias e ciclones tropicais, tende a agravar-se ainda mais, assim, a provisão e disseminação de serviços climáticos conjugados ao conhecimento local pode ajudar as comunidades locais a tornarem-se mais resilientes às mudanças climáticas".

Este projecto está alinhado com as políticas do Governo de Moçambique tendo como base os instrumentos estratégicos do Programa Quinquenal do Governo (2015-2019).