Presidente de Moçambique e o Representante da FAO em Moçambique

A campanha agrícola 2016/2017 foi lançada oficialmente, (28.10.), pelo Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, no Distrito de Mopeia, Província da Zambézia.

O Representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no país, Castro Camarada, esteve presente na cerimónia, que incluiu a plantação de árvores, a visita a campos de produção de hortícolas e leguminosas, a inauguração de um regadio de Limane com cerca de 110 hectares, uma feira agropecuária e gastronómica e entrega de prémios aos melhores produtores da campanha 2015/16.

Durante a cerimónia, o Presidente da República, Filipe Nyusi referiu que "Moçambique continua a ser assolado por ciclos de cheias e secas que nas últimas campanhas, os efeitos do El Niño, dizimaram campos de culturas, agravando assim os níveis de insegurança alimentar que afectam mais de um milhão e meio de moçambicanos".

O Presidente moçambicano referiu ainda que o foco da presente campanha reside no desenvolvimento agrário baseado na especialização agrária. O denominador comum nacional é a produção de milho, hortícolas, ovos e aves.

"Estes são produtos de segurança alimentar declarados de produção nacional de bandeira obrigatória, devendo cada província especializar-se na produção de pelo menos um destes produtos pois, serão os indicadores de avaliação da governação de cada província nos próximos anos" afirmou.

Sobre a avaliação da campanha 2015/2016, o Presidente da República referiu que "os resultados da produção global foram encorajadores, apesar da situação da estiagem e cheias".

Os indicadores dos cereais se situaram nas 2.4 milhões de toneladas, 650 mil toneladas de leguminosas e 201.6 milhões de toneladas de batata-doce. Na produção de mandioca foram 9.1 milhões de toneladas e esteve muito acima da meta estabelecida de 8 milhões.


Com estes resultados os produtores encontram um terreno fértil para expandir a sua produção e produtividade para uma taxa de crescimento superior a 30% para a presente campanha.

Entretanto, o desafio para a presente campanha "é de superar as previsões de 2016/2017 de cerca de 420 mil toneladas reduzindo o défice para 89 mil toneladas que deverá ser superado nos próximos dois anos" referiu.

Na sua intervenção, o Representante da FAO em Moçambique, Castro Camarada, reafirmou "o compromisso da FAO de apoiar o sector agrário, assim como contribuir para um Moçambique com segurança alimentar e nutricional".

Em Moçambique, a agricultura emprega mais de 80 por cento da população e contribui com cerca de 25% no produto interno bruto (PIB) e 16% das exportações nacionais. O sector agrário familiar concentra cerca de 99% do universo de 4.270.000 explorações agropecuárias, e destes, apenas 1% comporta machambas com áreas mínimas de 5 hectares, que utilizam uma agricultura de subsistência com pequenos excedentes para o mercado.

http://www.presidencia.gov.mz/images/documentos/Discurso/1_a_discurso_pr_abertura_campanha_agraria_2016_2017.pdf