FAO no Brasil

Membros do mundo científico e acadêmico contribuíram com seus pontos de vista sobre a Conferência Regional da FAO

16/10/2020

Enfrentar as mudanças climáticas e o aumento da desnutrição, impulsionar a inovação na agricultura e alimentação e avançar rumo a sociedades rurais prósperas serão os principais temas da Conferência Regional da FAO, entre 19 e 21 de outubro

 Santiago do Chile - Membros do mundo científico e acadêmico da América Latina e do Caribe se reuniram para analisar os principais documentos da Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que começará na próxima segunda-feira, 19 de outubro.

A Conferência de três dias é o órgão máximo de governo da FAO na região: lá os governos dos países membros estabelecem prioridades para a Organização e buscam soluções comuns para os grandes desafios da alimentação, nutrição, agricultura, alterações climáticas e desenvolvimento rural.

O mundo acadêmico e científico teve a oportunidade de conhecer os principais documentos que serão debatidos durante a Conferência e expressou seus comentários, opiniões e posicionamentos em um comunicado que estará disponível no início do encontro e que enriquecerá os debates dos países.

“No momento em que vivemos, com o impacto da pandemia, ouvir e prestar atenção à ciência torna-se uma questão fundamental para a humanidade. Mas isso não se limita à COVID: para enfrentar as mudanças climáticas, impulsionar a inovação na agricultura e na alimentação e combater o aumento da desnutrição, precisamos da perspectiva do setor acadêmico e científico”, disse o Representante Regional da FAO, Julio Berdegué.

Bessy Nazar, reitora da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Nacional Autônoma de Honduras, destacou durante a consulta os desafios nutricionais que a América Latina e o Caribe enfrentam: "Comer uma dieta saudável aqui é mais caro do que em qualquer outro lugar do mundo".

Camila Corvalán, do Instituto de Nutrição e Tecnologia Alimentar INTA do Chile, acrescentou que “os sistemas alimentares não devem ser apenas produtivos, mas também saudáveis. Essa mudança de paradigma é fundamental hoje, principalmente por causa da COVID”.

“A agenda proposta pela FAO é muito importante devido à crise histórica que vivemos. Precisamos de uma visão sistêmica, com projetos de longo prazo, para transformar a desigualdade da América Latina e do Caribe e conseguir uma transição ecológica”, disse Manuel Flores Lesama, professor da Universidade Federal do Paraná.

Declaração do setor acadêmico e científico

A visão do mundo acadêmico e científico sobre os temas e documentos da Conferência Regional estará disponível em comunicado que poderá ser conferido desde o início da Conferência, na próxima segunda-feira (19).

A declaração indica que um dos desafios mais importantes para a agricultura regional é como enfrentar a crescente demanda por alimentos de forma sustentável e resiliente e, principalmente, como melhorar a nutrição da população.

Além disso, destaca que a América Latina e o Caribe são, por um lado, a região mais rica em biodiversidade e o principal exportador de alimentos do mundo e, por outro, a região com o maior índice de desmatamento e a maior desigualdade social do mundo. planeta.

Enfrentar todos esses desafios exige inovação científica e tecnológica, mas para que seja adotada em pequena e grande escala é necessário que permeie todos os setores da alimentação e da agricultura.

"Como conectamos a ciência com a sociedade? Por exemplo, para gerar sistemas de alerta precoce para secas e desastres naturais. É preciso transferir tecnologia para o campo e garantir que os pequenos produtores tenham acesso às informações de que precisam”, explica Diego Pons, da Colorado State University.