FAO em São Tomé e Príncipe

Formação de 50 palaiês de Micóló, Praia Cruz, Praia Melão e Neves

Explanação de Elísio Neto no início da formação © FAO / Denilson Costa

06/05/2019

06 de maio de 2019, São Tomé – No âmbito do projeto de “apoio à melhoria na comercialização de produtos haliêuticos no mercado de São Tomé” implementado pela FAO, a Organização assinou um protocolo de acordo com a ONG MARAPA, que se encarrega das atividades de formação das palaiês em melhores técnicas de manuseio, tratamento, conservação e comercialização do pescado. É no quadro deste acordo que têm sido ministradas várias formações às palaiês de São Tomé, que além de visarem reforçar as capacidades das senhoras que se dedicam à transformação e venda de pescado, pretende fornecer aos consumidores produtos de maior qualidade e segurança sanitária confiável. 

São no total 50 palaiês das comunidades de Micóló, Praia Cruz, Praia Melão e Neves que beneficiaram de uma formação de 5 dias em manuseamento, tratamento, conservação e comercialização de peixe fresco de qualidade, incluindo na explanação procedimentos e regras de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo (sigla inglesa, HACCP).

Elísio Neto, técnico da ONG MARAPA que ministrou a formação falou da importância da formação: “Pretendemos com esta formação dar às palaiês oportunidades de adotarem medidas que ajudam na conservação do pescado. Como sabemos, o tempo de detioração do pescado desde que é pescado até ser vendido é curto, daí que conhecer técnicas de conservação após a captura é fundamental para que os consumidores possam beneficiar de produtos de qualidade e as próprias palaiês aumentem os seus rendimentos”.

“Trabalhamos com as palaiês já a largos anos e com este acordo assinado entre a FAO e a ONG MARAPA, intensificamos as nossas ações no terreno e chegamos a um maior número de palaiês. Hoje já são formadas, e muitas delas, mesmo no mercado, já revelam melhorias na forma de tratamento e comercialização dos seus produtos”.

Em jeito de agradecimento pelos conhecimentos adquiridos, Ricardina Vila Nova, palaiê e participante na formação, mencionou que “Esta formação veio enriquecer ainda mais os conhecimentos que já tinha sobre a conservação do peixe e quero, em nome das minhas colegas, agradecer à FAO e à MARAPA por nos ter transmitido estas conhecimentos. Hoje, se eu for para o mercado e não acabar de vender o peixe, já conheço várias formas de o conservar para ser depois comercializado de forma segura”.

Quando questionada sobre quais as outras formas de conservação de pescado que conhece, esta acrescentou: “podemos recorrer à salga que é o processo de conservação de peixe que é feito recorrendo à colocação de sal no peixe e exposição ao sol para secar. Ou também a fumagem, que faziamos no lume, mas agora, com a construção do forno de fumagem melhorado, o processo será mais rápido e mais ecológico, segundo aquilo que escutamos na formação”.

Alcançar a segurança alimentar para todos e garantir que as pessoas tenham acesso a alimentos de boa qualidade para que possam levar uma vida ativa e saudável é a essência das atividades da FAO no mundo, e em particular em São Tomé e Príncipe. Apesar de altamente nutritivo, as condições de manuseio, tratamento, transformação, conservação e comercialização do peixe em São Tomé constituem um risco para a saúde humana e resultam em elevadas perdas pós-captura. É no sentido de reverter esta tendência que a FAO se empenha no desenvolvimento deste projeto.