FAO no Brasil

Melhores Receitas da Alimentação Escolar recebem prêmio em Brasília

Gustavo Chianca lembra que a alimentação escolar foi uma das responsáveis por tirar o Brasil do Mapa da Fome. Foto: Thays Puzzi/FAO
26/10/2017

Em 2018, com o apoio da FAO, as cinco merendeiras vencedoras irão conhecer e trocar experiências com profissionais da Republica Dominicana

Brasília - “Como é servir um alimento na escola? É servir com o coração, com amor. A gente pega o alimento na mão e sabe que tem centenas de crianças esperando por aquela refeição. E o mais gratificante para nós, merendeiras, é quando a gente está na rua ou mesmo na escola e uma mãe ou um pai te para e te diz: meu filho está se alimentando melhor graças a você”. As palavras da manipuladora de alimentos, Daniela Fernando Felizardo, responsável pelas refeições de 134 meninas e meninos da Escola Infantil Feliz da Vida, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, foi o tom dado à cerimônia de premiação do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, realizado nesta quinta-feira (26), em Brasília (DF).

Em sua segunda edição, o concurso, promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do Ministério da Educação (MEC), premiou 15 merendeiras das cinco regiões do país. A atividade, que conta com o apoio do Projeto de Fortalecimento de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe, do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, levará, no próximo ano, as cinco vencedoras para conhecer a experiência de Programa de Alimentação Escolar da Repúblicana Dominicana. Em 2016, a primeira edição do concurso levou as vencedoras ao Chile para conhecer a experiência em alimentação escolar daquele país. 

Conheça as 15 receitas finalistas do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar

Gustavo Chianca, Representante Assistente da FAO no Brasil, lembrou que a alimentação escolar foi uma das razões pelas quais, em 2014, o Brasil deixou de fazer parte do Mapa da Fome, quando o índice de famintos no país ficou abaixo dos 5%. Hoje, o Brasil mantém a cifra inferior a 2,5%. “A alimentação escolar foi a grande responsável porque, quando ela passou a entrar nas estatísticas brasileiras, fez o Brasil sair do Mapa da Fome rapidamente. E para a FAO esse é um grande exemplo e uma ferramenta chave na erradicação da fome no Brasil e no mundo”, salientou Chianca.

Já o diretor do Centro de Excelência contra a Fome, do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Daniel Balabam, destacou o trabalho desenvolvido pelas merendeiras. “Basta termos vontade que nós conseguimos transformar a realidade do nosso país. As merendeiras brasileiras nos mostram isso. Todas vocês são vencedoras! Graças aos alimentos que vocês preparam nossas crianças são capazes de compreender o que está sendo dito dentro da sala de aula”.

O presidente do FNDE, Sílvio Pinheiro, disse que, mesmo com o cenário nacional de restrição orçamentária, foi possível ampliar em mais de 20% o orçamento para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “Esse é um programa que atende 40 milhões de crianças e fornece 50 milhões de refeições todos os dias.”

As vencedoras do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar receberam prêmios em dinheiro nos valores de R$ 1.000,00 (terceiro lugar), R$ 3.000,00 (segundo lugar) e R$ 6.000,00 (primeiro lugar), além de placas e troféu como forma de reconhecimento.

O concurso, que recebeu mais de duas mil inscrições em sua primeira etapa, visa valorizar o papel de merendeiras e merendeiros que trabalham diariamente em prol da alimentação de qualidade nas escolas públicas do Brasil, promover a alimentação saudável e mobilizar a comunidade escolar para a temática da educação alimentar e nutricional.

Conheça as grandes vencedoras da etapa nacional do concurso:

Representando a Região Norte, Maria Claudia Ferreira dos Santos, com o prato “Macarronada Paraense”. Ela trabalha na Escola Municipal Jose Alves Cunha, na capital do Estado do Pará, Belém.

Representando o Nordeste, da Escola Juazeiro, cidade de Tacaratu, em Pernambuco, Gilda Rosângela Cordeiro de Souza, com o tradicional “Caldo Nordestino”, feito com carne de bode.

Representando a Região Centro-Oeste, Debora de Souza Leal Ribeiro, com o prato “Legumes ao Creme de Milho”, da Escola Doutor José Maria Fernandes Leitão, cidade de Novo Oriente, Goiás.

Representando o Sudeste, da Escola Municipal Interventor Noraldino Lima, cidade de São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais, Luciana Aparecida Pinheiro, com o prato “Arroz Minerim”.

Representando a Região Sul, Daniela Fernanda Felizardo, com o prato “Polenteca”, da EMI Feliz da Vida, cidade de Bento Gonçalves, Estado do Rio Grande do Sul.