FAO no Brasil

A maior redução mundial no trabalho infantil perigoso foi na América Latina e no Caribe

O trabalho perigoso reduziu-se em 2,4 pontos percentuais entre 2012 e 2016; o trabalho infantil geral caiu 1,5% no mesmo período.
13/06/2018

Santiago do Chile – A queda mais importante no trabalho infantil perigoso no âmbito mundial foi na América Latina e no Caribe, informou  o Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), durante o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil

No último informe da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o trabalho perigoso indica que entre 2012 e 2016, a região registrou uma redução  de 2,4 pontos percentuais em sua proporção de crianças ocupadas em trabalhos perigosos. 

A queda na América Latina e no Caribe foi a maior do mundo, seguido da Ásia e Pacífico. A terceira queda mais importante foi na África Subsaariana. 

Mas a América Latina e o Caribe não somente reduziram as formas mais perigosas de trabalho infantil, como também o trabalho infantil como um todo. 

Segundo os últimos números da OIT, o percentual de crianças entre 5 e 17 anos que trabalha caiu de 8,8% em 2012 para 7,3% em 2016, representando uma queda de 1,5%. 

O percentual de trabalho infantil na região em 2016 era similar ao da Ásia e Pacífico (7,4%), mas muito inferior ao da África Subsaariana (22,4%). 

Isto significa que, se em 2012 mais de 12.500 crianças trabalhavam na região, em 2016, eram 10.461. 

“A redução do trabalho infantil e principalmente as suas formas mais perigosas é uma grande notícia para todos. O trabalho infantil é inaceitável sob qualquer ponto de vista e, é muito positivo que em nossa região estamos avançando para erradicá-la. Claro, podemos ir mais rápido com um pouco mais de esforço de nossos governos e das empresas do setor agroalimentar”, disse o Representante Regional da FAO, Julio Berdegué. 

Segundo a FAO, metade das crianças que trabalham na América Latina e no Caribe estão na agricultura. Em nível mundial, esse número é ainda maior: três em cada quatro crianças trabalham na agricultura. Cento e oito milhões estão dedicadas à agricultura, pecuária, silvicultura ou aquicultura. 

"Para conseguir que nenhuma criança tenha que trabalhar, os governos devem desenvolver políticas específicas voltadas para o trabalho infantil na agricultura. Mas, além disso, as empresas do setor devem fazer a parte que lhes pertence, e que não é pequena ", disse Berdegué.