FAO no Brasil

FAO e Ministério da Agricultura reunem esforços contra embargo europeu ao pescado brasileiro

24/01/2019

Com o intuito de reverter o embargo europeu ao pescado brasileiro, membros da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e das Secretarias de Pesca e Aquicultura, e de Comércio e Relações Internacionais do Agronegócio, se reuniram na última quarta-feira (23/01) para elaborar um plano de ação.

O foco da reunião foi estabelecer uma parceria entre o MAPA e a FAO na criação de um curso de capacitação para o setor pesqueiro. De acordo com Jorge Seif, secretário de Pesca e Aquicultura, a descredencialização das exportações brasileiras foram um duro golpe no setor e na economia brasileira. “Mais do que conduzir um novo processo de aprendizado e capacitação, também queremos sinalizar para a União Européia (EU) nosso total interesse em sanar as questões que levaram ao embargo. Sinalizar que não estamos poupando esforços para retomar esse comércio”, afirmou Seif.

“O setor precisa fazer modificações. Precisa colocar sobre a mesa os problemas que devem ser resolvidos. Mas para isso é necessária colaboração técnica por meio de capacitação. É preciso reciclar a forma de se fazer esse comércio”, frisou o embaixador e secretário de Comércio e Relações Internacionais do Agronegócio, Orlando Leite Ribeiro.

A expectativa é de que o curso seja ministrado por consultores da FAO e seja oferecido ainda no primeiro semestre de 2019, em Brasília.  Segundo o representante da FAO Brasil, Rafael Zavala, para além da importância econômica, o curso é uma oportunidade de melhorar a qualidade do pescado brasileiro e de seu transporte e, consequentemente, da qualidade de vida dos consumidores. Especialmente quando o pescado é um alimento chave na luta contra a má nutrição e a obesidade. “A FAO estará presente nas ações que forem necessárias para o fortalecimento de políticas públicas que gerem mais empregos e mais saúde para o Brasil e o mundo”, garantiu Zavala.

As exportações do setor pesqueiro estavam suspensas desde o início de 2018, quando a União Europeia havia emitido um relatório em que alertava o Brasil sobre a inadequação às regras impostas para o envio de pescado aos países que integram o acordo. Foram três pontos que se destacaram no relatório da UE: a temperatura das embarcações brasileiras e a qualidade da água dos barcos; a regulamentação dos locais de desembarque; e um melhor controle de metais pesados, como cádmio e estrôncio, no peixe que é exportado.