FAO in Portugal

Novos projetos do Fundo Fiduciário de Solidariedade Africana vão beneficiar 4 países lusófonos

27/06/2014

Malabo, Guiné Equatorial O Fundo Fiduciário de Solidariedade Africana gerido pela FAO deu, na passada quarta-feira, luz verde a novos projetos que abrangem todo o continente, incluindo quatro países lusófonos: São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Angola e Moçambique.

O Presidente da Guiné Equatorial, Obiang Nguema Mbasogo, um dos principais apoiantes do fundo, o Secretário-Geral da ONU Ban Ki Moon, e o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva, estiveram presentes na cerimónia onde foram anunciados os novos projetos, realizada durante a Cimeira da União Africana, que está a decorrer esta semana.

Os projetos, no valor de 16 milhões de dólares, vão beneficiar cerca 24 países da África ocidental, central, oriental e austral, centrando-se na melhoria do emprego jovem e na desnutrição, nas doenças transfronteiriças dos animais e na segurança alimentar e segurança alimentar urbana.

"Em África, vemos um crescente compromisso dos países não só com vista a melhorar a sua própria segurança alimentar, mas a dos seus vizinhos também", afirmou o Diretor-Geral da FAO, José Graziano da Silva. "O Fundo Fiduciário de Solidariedade Africana é uma manifestação concreta da vontade de África de trabalhar em conjunto para garantir a segurança alimentar de todo o continente", acrescentou.

"Os acordos que foram assinados hoje são essenciais para os objetivos de África de alcançar uma revolução na produtividade agrícola", indicou Ban Ki-moon. "Saúdo a União Africana e os Chefes de Estado que estão a aproveitar esta oportunidade de 2014 ser o Ano da Agricultura e Segurança Alimentar em África, para adotar uma resolução para acabar com a fome até 2025."

Expansão da iniciativa "de África para África"

Os quatro novos projetos sub-regionais formalizados hoje vão abranger as seguintes áreas de trabalho:

Melhoria da segurança alimentar urbana na África Central, aumentando a disponibilidade de alimentos produzidos localmente para quem vive em vilas e cidades. Os países beneficiários são: Camarões, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Gabão e São Tomé e Príncipe.

Promoção de uma maior diversidade na produção agrícola e de atividades que melhorem a nutrição e ofereçam melhores perspectivas de emprego para os jovens da África Oriental. Os países beneficiários são: Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.

Fortalecimento do controlo de segurança dos alimentos e das pragas e doenças em plantas e animais para aumentar a produtividade agrícola e o comércio na África Austral. Os países beneficiários são: Angola, Botswana, Madagáscar, Moçambique, Namíbia, África do Sul, Zâmbia e Zimbabwe.

Criação de mais e melhores empregos para os jovens na África Ocidental através de atividades sustentáveis de aquicultura e produção de mandioca. Os países beneficiários são: Burkina Faso, Costa do Marfim, Gana, Guiné-Bissau, Nigéria e Senegal.

Sobre o fundo fiduciário

O Fundo Fiduciário de Solidariedade Africana foi lançado em 2013 como uma iniciativa única liderada por África para melhorar a agricultura e a segurança alimentar em todo o continente. Inclui contribuições da Guiné Equatorial (30 milhões de dólares), Angola (10 milhões de dólares) e uma contribuição simbólica de organizações da sociedade civil da República do Congo.

Desde a sua criação, o Fundo já proporcionou financiamento para projetos em seis países - Mali, Níger, República Centro Africano, a Etiópia, o Sudão do Sul e Malawi, incluindo a melhoria da resiliência das comunidades rurais afectadas pelo conflito, a redução da pobreza rural através de oportunidades de emprego para os jovens e a difusão de boas práticas para aumentar a produção agrícola e pecuária.

A próxima alocação prevista cobrirá uma intervenção continental para apoiar o futuro da juventude rural Africana através da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) e de um mecanismo para a Cooperação Sul-Sul da África para a África, para permitir uma melhor partilha de conhecimentos e soluções para o desenvolvimento no continente.

Administrado pela FAO em conjunto com parceiros-chave, o fundo tem como objectivo reunir recursos das economias mais fortes da África e usá-los em todo o continente para implementar iniciativas no âmbito do Programa Integrado para o Desenvolvimento Agrícola em África (CAADP) que visa aumentar a produtividade agrícola e a segurança alimentar na região.

É gerido por um comité diretivo composto atualmente pela Guiné Equatorial, Angola, o Presidente do Grupo de África, o Presidente da Conferência Regional da FAO para África, a União Africana e o secretariado da FAO.