O Diretor Geral da FAO oferece assistência ao país na pesca e na luta contra os mosquitos portadores de Zika

23 de junho de 2016, Roma - Cabo Verde juntou-se hoje ao Acordo sobre Medidas dos Estados do Porto, com a entrega dos documentos de ratificação do seu país ao tratado, feita pessoalmente pelo presidente Jorge Carlos Fonseca, na sua visita à FAO em Roma.

O Diretor Geral da FAO, José Graziano da Silva, definiu a ratificação como uma "excelente notícia" e convidou o chefe de Estado para um evento que terá lugar brevemente em Roma para celebrar o primeiro tratado internacional destinado especificamente ao combate contra a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada.

"Cabo Verde está agindo de forma responsável e juntando-se aos esforços da comunidade internacional, liderada pelas Nações Unidas e pela FAO, para lutar contra as práticas que limitam o acesso sustentável aos recursos que são importantes não só para o mundo inteiro, mas em particular para o nosso país insular", afirmou o Presidente de Cabo Verde.

Cerca de 60 países signatários do PSMA (na sigla em inglesa) participarão deste evento especial, no início 32ª sessão da Comissão das Pescas, a ter lugar na sede da FAO no dia 11 de julho, referiu. A FAO elaborou o Tratado e começou a promover a sua adoção em 2009.

O PSMA, que exige que todos os navios de pesca permitam a entrada a bordo de inspetores durante as paragens em portos estrangeiros, entrou em vigor no início deste mês depois de mais de 25 países – que vão desde Cuba e os Estados Unidos da América, a Moçambique e à União Europeia (em nome dos seus 28 membros) – depositarem os seus instrumentos de adesão.

Graziano da Silva sinalizou a disposição da FAO para apoiar o sector das pescas de Cabo Verde, referindo que a colaboração da agência com o país experimenta grandes progressos. Os projetos em curso incluem iniciativas para combater a desertificação, impulsionar os esforços de reflorestamento e promover a gestão dos recursos marinhos e a Economia Azul.

Apoio na contenção do Zika

Graziano da Silva também ofereceu assistência técnica da FAO nos esforço para conter o Zika, uma doença transmitida por mosquitos que foi detetada no país, onde o clima húmido e quente favorece a proliferação dos insetos.

"A FAO é responsável pela prevenção, não pela abordagem da doença em si", disse ele. " A prevenção é fundamental", referiu, acrescentando que o uso de inseticidas em áreas urbanas pode não ser suficiente para erradicar os mosquitos.

A FAO e a Agência Internacional de Energia Atómica têm um programa conjunto para apoiar os países membros no controlo de pragas de insetos, tendo desenvolvido uma técnica de utilização de insetos estéreis para combater estes vetores de doenças.

Foto: "Diretor Geral da FAO Director-General e o Presidente Jorge Carlos Fonseca de Cabo Verde hoje na FAO." ©FAO/Giuseppe Carotenuto.