FAO no Brasil

Brasil em resumo

Panorama 

O Brasil tem uma vasta extensão territorial e por isso é considerado o maior país da América do Sul e da região da América Latina. A nível mundial, o país é o quinto maior em área territorial (equivalente a 47% do território sul-americano) e em população, com mais de 212 milhões de habitantes. É o único país na América onde se fala majoritariamente a língua portuguesa e o maior país lusófono do planeta, além de ser uma das nações mais multiculturais e etnicamente diversas, em decorrência da forte imigração oriunda de várias partes do mundo.

O Brasil faz fronteira ao norte com a Venezuela, a Guiana, o Suriname e com o departamento ultramarino francês da Guiana Francesa; ao noroeste com a Colômbia; ao oeste com a Bolívia e o Peru; ao sudoeste com o Paraguai e ao sul com a Argentina e o Uruguai.

O país é membro fundador da Organização das Nações Unidas (ONU), G20, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), União Latina, Organização dos Estados Americanos (OEA), Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), Mercado Comum do Sul (Mercosul) e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), além de ser um dos países do BRICS. O Brasil também é o lar de uma diversidade de animais selvagens, ecossistemas e de vastos recursos naturais em uma grande variedade de habitats protegidos.

Segurança Alimentar

O mundo não tem progredido em direção à Meta 2.1 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), de garantir o acesso a alimentos seguros, nutritivos e suficientes para todas as pessoas durante todo o ano, e não tem avançado em relação à Meta 2.2 do ODS, de erradicar todas as formas de má nutrição. 

Com a crise econômica e sanitária no Brasil, muitas famílias foram levadas à situação de extrema pobreza, e a perda do poder de compra impactou diretamente o acesso destas pessoas a alimentos não só em quantidade, mas também em qualidade. 

O Inquérito VigiSAN, conduzido pela Rede PenSSAN no final de 2020, mostrou a gravidade da superposição entre a crise econômica e a crise sanitária em todo o país, com um aumento acentuado da insegurança alimentar em todas as grandes regiões, principalmente entre 2018 e 2020. Mais da metade dos domicílios brasileiros (55,2%) conviviam com algum grau de insegurança alimentar no final de 2020 –um aumento de 54% desde 2018 (36,7%). A experiência da fome (insegurança alimentar grave) esteve presente em 9% dos domicílios no final de 2020, o equivalente a 19 milhões de brasileiros. Essa proporção é mais que dobro observado em 2009, e representa uma volta ao nível observado em 2004. 

A covid-19 também aumentou a vulnerabilidade dos trabalhos –principalmente os informais– e aumentou os preços dos alimentos. O inquérito da VigiSAN mostra que a perda de emprego de algum(a) morador(a) e o endividamento da família são as duas condições que mais impactaram a insegurança alimentar no período pesquisado, e a inflação nos preços dos alimentos provavelmente terá um impacto na insegurança alimentar, segundo o relatório do IBGE – POF 2017/2018

A participação percentual das despesas com alimentação foi maior, conforme aumentaram os níveis de severidade da insegurança alimentar. Assim, em domicílios particulares em situação de segurança alimentar, o percentual mensal das despesas com alimentação foi de 16,3% em relação às despesas totais de consumo. Nos domicílios identificados com insegurança alimentar leve, esse percentual foi de 20,5%. Já nos domicílios em insegurança alimentar moderada, o percentual foi de 22,5% e nos domicílios em insegurança alimentar grave, chega a 23,4%. Isso mostra que, o Brasil passa por dois grandes desafios. Além da fome, o aumento do desemprego e a queda da renda também levaram a uma queda na qualidade da alimentação dos brasileiros que estão abaixo da linha da pobreza.