©FAO/Max Valencia

Visitas aconteceram durante a passagem do Diretor-Geral pelo Brasil para participar da reunião de Ministros de Relações Exteriores do G20 no Rio de Janeiro 

Rio de Janeiro – Em sua visita ao Brasil para participar da reunião de Ministros de Relações Exteriores do G20 no Rio de Janeiro, o Diretor-Geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), QU Dongyu, se reuniu com autoridades brasileiras e representantes do setor cafeeiro e cultural brasileiro para debater possibilidades de parceiras entre as instituições e temas comuns de relevância para a FAO e para o país.

Em encontro com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o Diretor Geral da FAO falou sobre a importância da redução da perda e desperdício de alimentos nos centros urbanos e sobre as metodologias desenvolvidas e aplicadas pela FAO para a quantificação dos alimentos que se descartam, uma vez que com dados mais atualizados é possível encontrar melhores estratégias e soluções para enfrentar este problema.

Além disso, o Diretor-Geral contou sobre a sua visita às instalações do Museu do Amanhã, em que foi recebido pelo diretor do Museu, João Falcão. Inaugurado em 2015, o espaço debate através da arte e da ciência, como serão os próximos 50 anos e como podemos atuar para que o mundo seja mais sustentável e resiliente, principalmente às mudanças climáticas.

Para QU, as instituições poderiam atuar conjuntamente para comunicar temas importantes para o mandato da FAO como a segurança alimentar, a transformação dos sistemas agroalimentares, a redução da perda e do desperdício de alimentos e da importância da mitigação das mudanças climáticas.

Durante sua visita ao Museu, o Diretor Geral conheceu uma exposição permanente em que o público percorre cinco grandes áreas de exposição: Cosmos, Terra, Antropoceno, Amanhãs e Nós, e visitou a exposição temporária “Sentir Mundo”, que trata da coexistência das espécies e a interdependência da humanidade com a natureza.

Para o diretor do Museu, João Falcão, foi importante receber o Diretor Geral “pelo seu conhecimento técnico, seu carisma, entusiasmo, pela celebração das nossas exposições e pela possibilidade de fortalecimento dessa parceria no futuro”.

Anteriormente, em 2017, a FAO e o Museu do Amanhã, através do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), assinaram um acordo para realizar atividades conjuntas sobre segurança alimentar, agricultura e desenvolvimento sustentável. A FAO cooperou com o museu e outras entidades na exposição temporária de 2019 denominada “Pratodomundo – Alimentos para 10 bilhões”, que questionou como alimentar, na década de 2050, uma população de 10 bilhões de pessoas com qualidade nutricional, diversidade de produção e sustentabilidade.

Café brasileiro

O Diretor Geral da FAO também se reuniu no Brasil com o  Presidente da Associação Brasileira de Indústrias do Café (ABIC), Pavel Cardoso, que destacou a importância do setor para o país. Com uma grande influência no mercado mundial, o Brasil atualmente produz 40% do café consumido em todo o mundo.

“Foi muito bom ver o trabalho que vem sendo desenvolvido pela ABIC em apoio aos produtores de café, garantindo ainda a qualidade do produto aos consumidores. A indústria brasileira do café tem muito a oferecer a nível de boas práticas e experiência para outros países ao redor do mundo”, destacou QU.

No âmbito global, a produção desta importante commodity está concentrada em países com níveis de rendimento relativamente baixos e representa uma parte considerável das suas receitas de exportação. Neste sentido, a inovação e as novas tecnologias são cruciais para que o setor se torne mais produtivo e competitivo no mercado internacional de bebidas.

“Além da produção em escala com grandes volumes que aqui são produzidos, o potencial das pessoas envolvidas em toda a cadeia produtiva do café reflete o nível de pioneirismo do Brasil em muitos aspectos. O avanço em pesquisas e desenvolvimento de novas variedades resilientes às questões climáticas e a difusão de conhecimento técnico de sustentabilidade com o apoio da indústria, são alguns dos aspectos que servem de referência para outros países”, explicou Cardoso. 

Entre as possibilidades de cooperação entre a FAO e a ABIC estão a promoção da melhoria do sistema de produção e informação em benefício de todos os membros da cadeia produtiva; e o fomento do consumo de um produto que em princípio é sustentável.

G20

O Diretor Geral da FAO, QU Dongyu, está no Brasil para participar da reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, que acontece no Rio de Janeiro entre os dias 21 e 22 de fevereiro. O Brasil tem a presidência do G20 desde o dia 1º de dezembro de 2023. Ao longo do ano ainda ocorrerão outras reuniões em pelo menos 15 cidades do país.

Na semana passada, em um evento de alto nível em Roma, o diretor-geral destacou a necessidade urgente de priorizar a segurança alimentar e a ação climática em 2024 e reafirmou o apoio da FAO à Presidência do Brasil do G20.