FAO no Brasil

FAO e MMA lançam projeto para combater desertificação e fortalecer comunidades tradicionais no sertão baiano

©FAO/Danielle Pereira
27/09/2023

Com investimentos de 1,5 milhão de reais, a iniciativa pretende transformar 13 mil hectares de Caatinga e beneficiar 800 famílias rurais da região.

Uauá (BA) A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) deram início às ações locais do projeto REDESER: “Revertendo o Processo de Desertificação nas Áreas Suscetíveis do Brasil – Práticas Agroflorestais Sustentáveis e Conservação da Biodiversidade”. A iniciativa será desenvolvida no município de Uauá (BA) pela Fundação Araripe e conta com investimentos de 1,5 milhão de reais do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).  

As atividades na região têm foco no aperfeiçoamento do modo de criação de caprinos,no fortalecimento da gestão sustentável da caatinga, na geração de renda e na transformação da vida das pessoas ao valorizar e promover o uso de recursos naturais sem impactar o meio ambiente. A expectativa é atender 800 famílias de 12 comunidades tradicionais no sertão baiano e promover o uso sustentável de 13 mil hectares de áreas florestais da Caatinga. 

Ao longo de 18 meses, a parceria firmada entre FAO, MMA e Fundação Araripe buscaráinterromper o processo de desertificação, conservar e recuperar a vegetação nativa em áreas degradadas, além de valorizar e fortalecer as práticas de comunidades tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, caracterizadas pelo uso coletivo dos recursos naturais. A intenção é permitir que essas populações desenvolvam um modo de produção mais resiliente diante dos efeitos cada vez mais severosdas mudanças climáticas. 

Nesta quarta-feira (27) ocorreu o Seminário de lançamento regional do projeto, que contou com a presença de representantes do governo federal, de estado e municípios, organizações da sociedade civil, instituições de ensino e de produtores da região.  

Na abertura do evento, o coordenador técnico do projeto pela FAO no Brasil, Manoel Timbó, destacou a importância da participação de agricultoras e agricultores rurais no fortalecimento do manejo sustentável da Caatinga.    

“Potencializar o conhecimento e os saberes tradicionais das populações é a peça-chave para alcançarmos os resultados esperados. O REDESER tem por objetivo fornecer elementos para que essas pessoas modifiquem sua relação com o meio ambiente e tenham condições de preservar e impedir a degradação da terra de onde tiram seu sustento; ao mesmo tempo em que têm retorno econômico e social. Ou seja: garantem segurança alimentar e nutricional, produção sustentável e geração de renda.”, diz.  

Para o Diretor de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Alexandre Pires, o lançamento do projeto em Uauá vai permitir “a construção de sinergias dessa iniciativa com outras ações que fortaleçam o combate à desertificação numa perspectiva de convivência com o Semiárido e enfrentamento às mudanças climáticas”.  

“Os esforços contra a desertificação e a degradação da terra precisam ocorrer em nível local. Por isso, vamos apoiar os governos e criar uma estratégia de sensibilização nos territórios para que estados e municípios possam elaborar e implementar suas próprias políticas de resposta a esses desafios”, conclui.  

 

REDESER

Fruto de parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o projeto REDESER: “Revertendo o Processo de Desertificação nas Áreas Suscetíveis do Brasil – Práticas Agroflorestais Sustentáveis e Conservação da Biodiversidade” é realizado em 89 municípios dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Alagoas. Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), tem como objetivo interromper e reverter o processo de desertificação por meio de ações para enfrentar as causas cada vez mais fortes da degradação do solo e da perda de biodiversidade na Caatinga.