©FAO/Max Valencia

Representantes de todos os países da Região participaram da cerimônia de abertura na Guiana

Georgetown, Guiana— A 38ª Conferência Regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) começou hoje em Georgetown, Guiana, com a presença de Ministros e Vice-Ministros de todos os países da América Latina e Caribe no Centro de Conferências Arthur Chung.

O Presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, e o Diretor-Geral da FAO, QU Dongyu, abriram a reunião.

“Temos um grande potencial para acelerar o progresso e fazer ainda mais com menos dentro e fora da região”, disse QU, observando que a região possui uma grande parte da biodiversidade e dos recursos hídricos do mundo, é responsável por 13% da produção global de alimentos, e por 45% do comércio internacional líquido de produtos agroalimentares.

Observou também que, embora a região seja um exportador líquido de alimentos, a dependência das importações e exportações de produtos básicos expõe os seus sistemas agroalimentares à volatilidade macroeconômica, à instabilidade geopolítica global e às mudanças climáticas, que por sua vez têm um impacto negativo nos preços dos alimentos, rendimento e conduz a resultados desfavoráveis ​​em matéria de segurança alimentar e nutrição.

Mohamed Irfaan Ali, presidente da Guiana, disse que a criação de sistemas agroalimentares resilientes e protegidos do clima é um imperativo para o futuro e que “a tomada de decisões deve ser baseada em dados, na medida do possível”. Ele também pediu mais atenção à nutrição, pedindo uma mudança “da caixa para o prato”.

Durante a cerimônia, Xiomara Castro, Presidente de Honduras, na qualidade de presidente pro tempore da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), enviou uma mensagem por meio de um vídeo no qual destacou a aprovação do plano da CELAC para a Segurança Alimentar, nutrição e erradicação da fome. "Embora a aprovação deste plano represente um marco importante, o verdadeiro desafio é a sua implementação pelos nossos governos. A Conferência Regional da FAO oferece-nos uma oportunidade inestimável para analisarmos bem as ações necessárias e as nossas capacidades e necessidades."

Da mesma forma, Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil, como presidente pro tempore do G20, enviou uma carta para dirigir-se à Conferência. “Não podemos transigir a fome. É preciso agir com determinação e rapidez, por isso escolhemos o tema como uma das prioridades da presidência brasileira do G20”, disse Lula. E acrescentou: “Agradeço à FAO pelo trabalho realizado em nossos países e pela constante parceria e colaboração com o governo brasileiro para promover a segurança alimentar e nutricional em diversas frentes”.

Prioridades para o próximo biênio

Nos próximos três dias, os Ministros e Vice-Ministros desenvolverão um diálogo político sobre questões relacionadas com o mandato da Organização, que surgem de situações e prioridades regionais e globais.

Durante as sessões, as autoridades ratificarão as prioridades regionais para o próximo biênio, previamente discutidas durante a Reunião de Altos Funcionários da semana passada, que incluiu 339 participantes dos 33 Estados Membros da Região. 

As prioridades refletem os Quatro Melhores do Quadro Estratégico da FAO: melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e uma vida melhor. São dimensões interligadas que contribuem para a transformação dos sistemas agroalimentares através de uma produção eficiente, inclusiva e sustentável; erradicar a fome e alcançar a segurança alimentar e nutricional; gestão sustentável dos recursos naturais e adaptação às alterações climáticas; e reduzir as desigualdades e a pobreza e promover a resiliência.

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