Pandemia pode ampliar fome e jogar 49 milhões de pessoas na pobreza extrema, alerta ONU
A pandemia da COVID-19 representa uma ameaça à segurança alimentar e nutricional, especialmente para as comunidades mais vulneráveis do mundo. O alerta é do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que lança nesta terça-feira (9) um relatório sobre o tema.
Nova Iorque - As medidas contra a doença e a recessão global emergente podem perturbar o funcionamento dos sistemas alimentares, com consequências “potencialmente terríveis”. Sem uma ação imediata, diz o documento, corremos o risco de assistir a uma emergência alimentar global – com impactos em longo prazo em centenas de milhões de crianças e adultos.
“Este ano, cerca de 49 milhões de pessoas podem cair na pobreza extrema devido à crise da COVID-19. O número de pessoas expostas a uma grave insegurança alimentar e nutricional vai crescer rapidamente. A queda de um ponto percentual no Produto Interno Bruto global significa mais 700 mil crianças raquíticas”, disse Guterres em uma mensagem em vídeo para o lançamento.
Mesmo em países com abundância de alimentos, há riscos de interrupções na cadeia de abastecimento alimentar, afirmou.
O documento lembra que muitos já vivem uma crise alimentar: mesmo antes da pandemia, centenas de milhões de pessoas lutavam contra a fome e a desnutrição.
“Há alimentos mais do que suficientes no mundo para alimentar a nossa população de 7,8 bilhões de pessoas. No entanto, hoje, mais de 820 milhões de pessoas passam fome. E cerca de 144 milhões de crianças com menos de 5 anos são raquíticas, mais do que uma em cada 5 crianças em todo o mundo”, alertou o secretário-geral.
Segundo a ONU, os sistemas alimentares estão falhando e a pandemia da COVID-19 está agravando a situação.
Acesse aqui o documento na íntegra (em inglês)
Acesse aqui um resumo com as mensagens-chave e recomendações (em português)
Acesse aqui o discurso de António Guterres no vídeo, na íntegra (em português)