FAO no Brasil

Histórias inspiradoras de mulheres rurais brasileiras são destaque em publicação da FAO

16/03/2022

Na semana do Dia Internacional da Mulher, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil lançou a publicação #MulheresRurais, Mulheres com Direitos, que reúne histórias inspiradoras de mulheres agricultoras, extrativistas, pescadoras, pecuaristas, indígenas e quilombolas de todas as regiões do país, e que participaram da campanha “15 dias de ação para iniciativas transformadoras na vida de mulheres rurais”, em outubro de 2020. 

O protagonismo das mulheres rurais tem um impacto significativo na vida de milhares de pessoas, uma vez que elas desempenham papéis essenciais em todo o sistema agroalimentar. As mulheres produzem cerca de metade dos alimentos no mundo, correspondendo a 43% da mão de obra agrícola. Entretanto, apesar de sua participação significativa, a identidade e o trabalho exercido por elas ainda não são totalmente reconhecidos pela sociedade.  

A publicação é resultado de um esforço conjunto entre a FAO e outras 10 organizações que contribuíram com as histórias de vida inspiradoras que mostraram a diversidade da mulher rural brasileiraEntre elas estão o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Secretaria de Desenvolvimento Rural/Entidade da Superintendência de Agricultura Familiar da Bahia (SDR/SUAF), Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Cooperativa Castrolanda, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura de Tocantins (SEAGRO/TO), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Embrapa Rondônia, Emater de Minas Gerais, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e SOS Amazônia.  

Para a ponto focal de gênero da FAO no Brasil, Úrsula Zacarias, ter o apoio de organizações tão relevantes trouxe um peso ainda maior para a campanha. “Todas as instituições participantes valorizam em suas ações o papel central desempenhado pela mulher rural na produção, abastecimento e comercialização de alimentos, bem como na preservação dos conhecimentos e saberes tradicionais. E isso é fundamental para somar esforços e avançar rumo implementação de políticas e programas públicos e privados intersetoriais que reconheçam e atuem frente aos desafios que as mulheres rurais enfrentam."  

As mulheres no campo além de exercem seu trabalho na produção de alimentos, manejo dos recursos florestais, criação de animais de pequeno porte dentre outras atividades, muitas vezes também precisam dedicar tempo e atenção, aos cuidados com a família e com a sua comunidade. No entanto, elas ainda enfrentam uma série de desigualdades como a dificuldade de acesso a recursos produtivos como terra, água, insumos agrícolas, financiamento, seguros e capacitação, essenciais para sua subsistência e para o bem-estar das comunidades.  

Neste sentido, publicação traz visibilidade às mulheres rurais em um momento extremamente importante em toda a América Latina e Caribe, uma vez que enfrentam uma onda de desafios e desigualdades estruturais e sociais agravadas pelo impacto da COVID-19.  

"A FAO reforça a importância dos planos nacionais de recuperação econômica para o pós-COVID-19 contemplarem o envolvimento ativo das mulheres como uma estratégia fundamental para a transformação dos sistemas agroalimentares. Para 2022, é essencial fortalecer a liderança feminina, promover a autonomia econômica,e desenvolver ações afirmativas para as mulheres rurais, camponesas, indígenas e afrodescendentes, o que, por sua vez, contribuirá para a igualdade de condições e a criação de um ambiente propício para a eliminação da pobreza, aumento da produtividade, igualdade de acesso, acesso aos mercados e melhoria da segurança alimentar e nutricional", completou Úrsula. 

Histórico  

No Brasil, a campanha #MulheresRurais teve início em 2015 como uma iniciativa para dar visibilidade ao trabalho da mulher rural. Desde então, a campanha se estendeu para a América Latina e o Caribe, abrindo espaço para destacar o poder transformador das mulheres rurais, indígenas e afrodescendentes, através da difusão de histórias, experiências e a realização de concursos, seminários e oficinas. 

Reconhecer e trabalhar para fortalecer a importância e os direitos das mulheres rurais é fundamental para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU e para um mundo com mais oportunidade a todas as pessoas.