Cúpula Regional da América do Sul debate importância de sistemas alimentares urbanos com inclusão social e justiça climática
Rio de Janeiro – A cidade de Belo Horizonte (Brasil) e Rosário (Argentina) organizaram, neste dia 17, a Cúpula Regional de América do Sul durante o 8º Fórum Global do Pacto de Milão. Membros do Comitê Diretivo do Pacto de Milão na América do Sul, as cidades convidaram prefeitos e representantes de cidades latino-americanadas para falar sobre as necessidades e desafios dos sistemas alimentares urbanos com inclusão social e justiça climática.
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), os efeitos das mudanças climáticas, da pandemia de covid-19 e da guerra da Rússia contra a Ucrânia atrasaram o progresso da meta de fome zero até 2030. A crise econômica interferiu diretamente na capacidade das pessoas de adquirir alimentos em quantidade suficiente e com qualidade nutricional, na América Latina, por exemplo, o problema da fome não acontece por falta de alimentos, já que nela vivem 650 milhões e são produzidos alimentos suficientes para 1.3 bilhões de pessoas se alimentarem.
O prefeito de Rosário, Pablo Javkin, destacou que é essencial trabalhar para a redução das desigualdades na região. “Temos que incorporar à agenda de forma urgente a redução da pobreza, o monitoramento de indicadores de má nutrição e o combate ao desperdício de alimentos. Mesmo que esta seja uma agenda global, pensar globalmente e agir localmente precisa virar uma realidade se quisermos alcançar a soberania alimentar”.
O painel foi moderado por María Carrascosa, coordenadora técnica da Rede Espanhol de Municípios pela Agroecologia, e ainda trouxe proposições a respeito de estratégias de cooperação descentralizada, promoção do intercâmbio de boas práticas, bem como a necessidade de assistência técnica e financeira para escalar políticas públicas virtuosas.
“Existe um grande desafio ao poder local quando a urgência da mudança climática afeta as cidades, e sem nosso compromisso como sociedade, vai ser muito difícil caminhar rumo a meta dessa agenda global”, destacou a Secretária Adjunta de Desenvolvimento Econômico de Belo Horizonte, Chyara Sales Pereira.
Por fim, o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala, defendeu que as redes criadas entre cidades são muito importantes para encurtar as curvas de aprendizagem, além de servirem como espaço de troca de experiências para a adaptação e implementação de políticas exitosas de segurança alimentar.
“Passamos por uma pandemia, mas para além dos desafios e dificuldades, nos aproximamos ainda mais dos conceitos de proximidade e de solidariedade. Nossa sociedade passou a ser mais resiliente, e precisamos levar adiante este compromisso de lutar para que nossos sistemas alimentares sejam cada vez mais justos com menos desigualdades”, encerrou Zavala.
Também participaram do intercâmbio de experiências as cidades brasileiras de Araraquara, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Recife; Río Grande da Argentina; Chone do Equador; Huancayo do Peru; e Manizales da Colômbia.
Assista ao evento na íntegra: