China Pós-COVID-19
Um alerta ao agronegócio brasileiro
A Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire) disponibiliza a 33ª Nota Técnica da Série Diálogos Estratégicos-Mercados Internacionais, analisando a percepção de instituições internacionais quanto as estratégias em estudo, por parte do Governo chinês, para aprimorar a segurança alimentar da China, diante da possibilidade de uma segunda onda da pandemia da COVID-19. O receio relatado está relacionado ao possível fechamento de portos, ou redução no ritmo de embarques de alimentos e insumos, tanto globalmente, quanto internamente na China. Destaques para os setores de grãos e de proteínas animais.
Esta narrativa está fundamentada em recentes dados quantitativos e qualitativos extraídos da Plataforma FitchConnect, pertencente à agência de risco Fitch Rating Inc., relatórios publicados pela RaboResearch, Food & Agribusiness, um departamento do Rabobank, ambas fontes de referência de respeitabilidade internacional.
O impacto da epidemia da COVID-19 na economia chinesa foi considerável. Como resultado, o PIB da China sofreu uma retração de 6,8%, no primeiro trimestre de 2020, representando, comparativamente, a primeira contração anual da economia chinesa, em décadas. Em que pese a China estar, globalmente, bem à frente no controle da situação da COVID-19, com a produção interna se recuperando gradualmente, a mesma se encontra abaixo do potencial de longo prazo. E, mais preocupante, enfrentando a inusitada situação de ter encontrado limitações à produção interna de alimentos, grãos e proteínas animais, principalmente, fragilizando a situação da segurança alimentar de uma população aproximada de 1,4 bilhões de pessoas, em 2020
(RaboResearch, Food & Agribusiness, 2020).