FAO in Mozambique

FAO apoia agricultores a retomar produção de alimentos nas províncias da Zambézia e Sofala

"Este saco que tenho nas mãos vai ser uma grande ajuda para a minha família", disse J. Moreira
28/04/2015

Judite Moreira foi uma das primeiras a receber o saco branco por que todos esperavam esta manhã no Centro de Reassentamento de Mocua, Distrito de Namacurra, Província da Zambézia.

Em apoio ao processo de recuperação das cheias do início deste ano, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em estreita colaboração com o Governo e a organização não-governamental KULIMA, está a prestar assistência a cerca de 11 000 famílias da Zambézia e de Sofala, duas das províncias mais afectadas pelas cheias de Janeiro. A distribuição dos kits de insumos agrícolas – contendo sementes e instrumentos de trabalho – foi já concluída na Província de Sofala (distritos de Caia e Chemba) e teve início esta terça-feira (28.04.) na Província da Zambézia: além do Distrito de Namacurra, também Maganja da Costa, Mocuba, Mopeia e Morrumbala receberão este apoio.

"Perante as necessidades, que são visíveis", disse durante a entrega dos kits em Mocua Castro Camarada, Representante da FAO no país, "trata-se de uma contribuição modesta, mas significativa para a recuperação das actividades de produção por parte das famílias afectadas".

O objectivo da assistência da FAO é precisamente ajudar os agregados familiares mais vulneráveis a retomar a produção agrícola tal como Judite Moreira, que tem três filhos. A camponesa conta que perdeu "absolutamente tudo". Quando, no   dia 12 de Janeiro, recebeu a indicação de que deveria procurar abrigo na zona mais elevada da localidade, "era tarde demais: a água já tinha entrado em casa".

De acordo com Betino José, Director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas de Namacurra, as cheias de Janeiro foram "as mais graves da história do distrito, tanto em termos de perda de culturas como de vidas humanas e de animais".

Mais de 100 000ha de culturas foram destruídos pelas chuvas deste ano bem como pelas cheias e pragas que se seguiram, afectando mais de 110 000 famílias nas regiões centro e norte do país. As reservas de alimentos e de sementes foram arrastadas pela água, deixando aqueles, que subsistem à base da produção agrícola, dependentes de ajuda alimentar.

O apoio da FAO, como mencionou Alberto Chidiamassamba, coordenador dos dois projectos de apoio da Organização, "vai permitir que estes pequenos produtores e as suas famílias voltem a ter mais segurança alimentar".

Chidiamassamba acompanhou o Representante da FAO, Castro Camarada, na sua deslocação, que incluiu ainda visitas a áreas inundadas, regadios danificados, tanques piscícolas bem como encontros com os governos distrital e provincial e com o grupo de segurança alimentar, composto por parceiros da sociedade civil, outras agências da ONU e o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar (SETSAN).