FAO in Mozambique

Promovendo a intensificação da produção e cadeias de valor em Moçambique

Agricultores do distrito de Gondola
14/12/2016

Vários produtores da província de Manica, distrito de Gondola receberam uma missão multidisciplinar da FAO em apoio a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável em Moçambique.

A missão tinha como principal objectivo, identificar as prioridades que promovam a sustentabilidade através de práticas, princípios e processos de produção e pós-produção (em resposta a Iniciativa Regional 2) para os próximos dois anos.

A FAO em Moçambique tem uma diversidade de programas e um portfólio com notáveis oportunidades para fortificar as abordagens de programas integrados. Moçambique foi incluído na Iniciativa Regional 2 da FAO para dinamizar e intensificar a produção sustentável e o desenvolvimento das cadeias de valor no ano de 2016, juntamente com outros 9 países nomeadamente: Camarões, Chade, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Quénia, Mali, Moçambique, Ruanda e Zâmbia.

Durante a visita de campo, a missão interagiu com Emília Manuel, uma agricultura e facilitadora de uma Escola na Machamba do Camponês (EMCs), no âmbito do subprograma da FAO "Acelerar o Progresso para o Alcance dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio" (ODM1c).

Emília é mãe solteira e chefe de família. A prática de agricultura é a sua forma de obtenção de renda para cuidar da família. A agricultora é um exemplo de persistência e cometimento para o aumento de produção em Moçambique. Emília é uma dos cerca de 20 produtores que pertencem a EMC do distrito de Gondola.

No âmbito do sistema de voucher electrónico da FAO que visa aumentar o acesso a insumos agrícolas, fertilizantes e sementes por parte de agricultores emergentes, Emília pôde expandir o seu campo de cultivo.

"Entrei na Escola na Machamba do Camponês (EMC) em 2013. Com os conhecimentos adquiridos pude aumentar a minha produção e comecei a vender hortícolas para alguns restaurantes aqui em Gondola. Com o que ganhei expandi a minha machamba e isso tem mudado a minha vida. Estou agora a cultivar 10 hectares de terra, 7 ha de milho e 3 ha de hortícolas, afirmou.

Como principais desafios para o desenvolvimento da agricultura em Gondola, os produtores referiram-se a falta de transporte para que tenham acesso aos mercados e a necessidade de se ter sementes com mais qualidade para as próximas campanhas.

" Aqui em Gondola nós pudemos ver que os produtores estão preparados, eles tomaram o desafio de aumentar a produção e isso é uma demonstração desse compromisso. Estamos preparados para trabalhar de mãos dadas com a população moçambicana para mitigar os desafios da segurança alimentar", disse o Oficial Sénior da Gestão e Desenvolvimento de Recursos Hídricos da FAO Regional em África, Ruhiza Boroto.

"O país precisa de desenvolver mais os serviços de extensão agrária, treinar pessoal e dar a devido apoio. Devemos interagir com outras áreas como as florestas, pecuária e também a aquacultura para que as nossas intervenções sejam mais efectivas e tenhamos melhores benefícios. Também devemos tirar lições dos outros países sobre como aumentar a produção e a produtividade para responder a Agenda 2030 para acabar com a fome", concluiu.

O Representante da FAO em Moçambique, Castro Camarada, afirmou que "esta missão faz parte das novas modalidades do apoio da FAO dentro da estrutura do seu programa para apoiar Moçambique na promoção de abordagens integradas para uma agricultura sustentável e para o desenvolvimento de cadeias de valor.

Segundo o Oficial Sénior de Gestão de recursos Hídricos da FAO baseado em Roma, Jean Marc Faures, "Moçambique está bem posicionado porque a agricultura constitui um dos 4 pilares de desenvolvimento no país e reconhece-se que esta inclui todos os elementos de desenvolvimento incluindo as componentes social, económica e ambiental". Faures também recomendou a uma atenção especial para o estabelecimento de comunidades mais resilientes.

A FAO tem focado e integrado as suas acções na África Subsariana através de três iniciativas regionais. As iniciativas respondem às prioridades dos estados-membros e terão um impacto assinalável num período determinado, enquanto respondem aos objectivos estratégicos da FAO. As Iniciativas Regionais foram desenvolvidas com base numa análise transversal e interdisciplinar aprofundada das questões regionais.

São elas:
Iniciativa Regional 1: Compromisso de África para acabar com a fome até 2025
Iniciativa Regional 2: Produção Sustentável e Desenvolvimento de Cadeias de Valor em África
Iniciativa Regional 3: Construindo Resiliência nas Terras Secas de África