FAO in Mozambique

FAO promove práticas de resiliência para criadores de gado de Maputo e Gaza

Criadores de gado durante a formação
10/05/2017

Um dos principais resultados esperados da intervenção do programa de emergência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Moçambique inclui a redução do risco de mortalidade bovina nas zonas que foram afectadas pelo fenómeno El Nino.

Nesse contexto, a FAO irá beneficiar cerca de 20 mil famílias das províncias de Maputo e Gaza, para as quais foram distribuídas enfardadeiras que permitem a produção de feno para a alimentação de gado bovino, sobretudo em tempos críticos.

Para o efeito, a FAO capacitou 30 pessoas, entre criadores e técnicos que irão transmitir os conhecimentos adquiridos na formação às suas comunidades nos distritos de Guijá, Mapai, Mabalane, Magude e Chibuto nas duas províncias.

Alberto Tsetsane Mabunda, um dos criadores do distrito de Guijá que beneficiou da formação da FAO, conta que passou tempos difíceis durante o período da seca e acredita que "com este apoio muitos animais serão salvos".

"Cheguei a perder mais de 20 cabeças de gado que morreram por falta de alimentos. Foi um período crítico pois cheguei a vender uma cabeça de gado por 2000 meticais enquanto os preços antes variavam de 20,000 a 30,000 meticais", afirmou Mabunda, acrescentando que, para alimentar os seus animais em tempos de seca, tinha que procurar plantas alternativas mas, com a nova máquina de processar feno, será mais fácil reservar pasto para os momentos críticos que possam surgir".

Quem também beneficiou da capacitação promovida pela FAO é a técnica dos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) do distrito de Mapai, Carla Manhique, que considera que a formação foi uma boa troca de experiências.

"O mais importante é evidenciar os esforços empreendidos com o apoio dos produtores, pois eles são a nossa base de incentivo para demonstrar a importância deste tipo de práticas resilientes nas comunidades. Vamos seguir com o nosso trabalho como técnicos de sensibilizar mais criadores a aderirem ao uso das enfardadeiras", disse.

Em representação do governo do distrito de Magude, onde decorreu a formação, o Director dos Serviços Distritais de Actividades Económicas, Joaquim Monteiro, afirmou que "esta é uma prática nova que será bem recebida com o apoio dos técnicos para que as comunidades abrangidas possam aprender a produzir feno e fazer melhor uso da sua produção para alimentar os animais em épocas de seca".

Estima-se que o apoio da FAO possa favorecer 40 000 cabeças de gado nas duas províncias do sul do país.

As acções da FAO em resposta a seca no país também incluíram apoio a área da avicultura, onde a FAO distribuiu material de construção de 15 aviários com capacidade para 1500 bicos cada nas mesmas províncias.