FAO no Brasil

Índice de preços dos alimentos da FAO cai em Outubro

©FAO/Kazi Riasat
03/11/2023

Preços internacionais do arroz, trigo, óleo de palma e carne suína caíram

Roma – A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) informou nesta sexta-feira que o indicador de referência dos preços globais dos alimentos desceu moderadamente em outubro, uma queda de 0,5% em comparação com setembro, sendo o índice dos produtos lácteos o único que subiu.

O Índice de Preços dos Alimentos da FAO, que monitora mensalmente os preços internacionais de um conjunto de produtos alimentares comercializados a nível mundial, situou-se em uma média de 120,6 pontos em Outubro, ou seja, 10,9% abaixo do valor de há um ano.

O Índice de Preços dos Cereais da FAO diminuiu 1,0% em relação ao mês passado. Os preços internacionais do arroz caíram 2,0% devido a uma procura global bastante passiva de importações, enquanto os preços do trigo caíram 1,9%, depreciados pela oferta abundante nos Estados Unidos da América e pela forte concorrência entre os países exportadores. Pelo contrário, os preços dos cereais secundários subiram ligeiramente, liderados pelo milho devido à redução da oferta na Argentina.

O Índice de Preços dos Óleos Vegetais da FAO diminuiu 0,7% desde Setembro, à medida que os preços globais do óleo de palma caíram, devido ao aumento sazonal na produção e à fraca procura global de importações, mais do que compensou o aumento dos preços dos óleos de soja, girassol e colza. Os preços do óleo de soja subiram como resultado da forte procura do setor do biodiesel.

O Índice de Preços do Açúcar da FAO diminuiu 2,2%, mas manteve-se 46,6% acima do nível registado no mesmo mês do ano passado. O declínio em outubro deve-se principalmente ao ritmo dinâmico da produção no Brasil, embora o declínio tenha sido abrandado por preocupações sobre as perspectivas de uma oferta mais restrita no próximo ano.

O Índice de Preços da Carne da FAO caiu 0,6%, uma vez que a fraca procura de importações, especialmente do Leste Asiático, levou a uma queda nos preços internacionais da carne suína que mais do que compensou os aumentos marginais nos preços da carne de aves, bovinos e ovinos.

Na tendência oposta, o Índice de Preços dos Lácteos da FAO subiu 2,2% em outubro, encerrando nove meses de queda. Os preços globais do leite em pó foram os que mais subiram como resultado de um aumento na procura de importações em relação à oferta de curto e longo prazo, bbem como um certo grau de incerteza sobre os efeitos das condições atmosféricas do El Niño na futura produção de lacticínios na Oceânia.

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Nível confortável de reservas mundiais de grãos

Em uma nova Nota Informativa sobre a Oferta e Procura de Cereais, também publicada na sexta-feira, a FAO manteve a sua previsão para a produção global de cereais em 2023 em 2.819 milhões de toneladas, um máximo histórico.

Foram feitos alguns ajustes aos números relativos a países, particularmente no que diz respeito ao aumento da produção de cereais secundários na China e na maior parte da África Ocidental e à redução das previsões para os Estados Unidos da América e a União Europeia. As previsões de produção de trigo aumentaram nos Estados Unidos da América e no Iraque, e foram feitas revisões em baixa nos casos do Cazaquistão e da União Europeia. Espera-se que a produção global de arroz em 2023/24 aumente ligeiramente em relação ao ano anterior. As novas revisões incluem uma melhoria na produção indiana, que mais do que compensa várias outras revisões, em particular uma nova redução nas previsões de produção na Indonésia.

Prevê-se que a utilização global de cereais em 2023/24 atinja 2,81 bilhões de toneladas, com a utilização total de trigo e cereais secundários excedendo os níveis de 2022/23, enquanto a utilização de arroz deverá diminuir.

A relação entre as reservas globais de cereais e a utilização global em 2023/24 é estimada em 30,7%, “uma situação de abastecimento confortável do ponto de vista histórico” e ligeiramente acima do nível do ano anterior, 30,5%, segundo a FAO.

A produção global de cereais em 2023/24 deverá atingir 469 milhões de toneladas, uma queda de 1,6% em relação ao ano anterior.

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Conflitos e moedas fracas agravam a fome em países vulneráveis

A persistência e a intensificação do conflito estão agravando a insegurança alimentar, e a moderação nos preços internacionais dos produtos alimentares é compensada por moedas fracas em muitos países de baixos rendimentos. As avaliações confirmam que um total de 46 países em todo o mundo, 33 deles na África, necessitam de assistência alimentar externa, de acordo com o último relatório sobre Perspectivas de Colheitas e Situação Alimentar, uma publicação trimestral do Sistema Mundial de Informação Alimentar e Alerta Precoce (SMIA), também publicado hoje.

Estima-se que já em 2022 mais de metade dos residentes na Faixa de Gaza se encontravam em situação de insegurança alimentar aguda, e a escalada do conflito na zona aumentará as necessidades de assistência humanitária e de emergência, mesmo que o acesso às áreas afetadas continue a ser uma preocupação alarmante, segundo a FAO, que acrescentou que os efeitos decorrentes do conflito podem agravar a insegurança alimentar no Líbano.

O relatório indica que, embora se preveja que a produção mundial de cereais em 2023 aumente 0,9% em relação ao ano anterior, a taxa de crescimento será metade da do grupo de 44 países de baixo rendimento com défice alimentar (PBIDA).

O relatório fornece informações detalhadas sobre a insegurança alimentar e as tendências de preços enfrentadas pelas pessoas no terreno nos países afetados. Também é fornecida uma avaliação detalhada da produção regional de cereais e das perspectivas comerciais em todo o mundo.