Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Profissionais de programas de alimentação escolar na Colômbia, Guatemala e Peru ampliarão seus conhecimentos em um curso virtual

Promovido pela Cooperação Internacional Brasil-FAO, o treinamento fortalecerá as capacidades de mais de dois mil profissionais.

Brasília, 26 de outubro de 2020 - Mais de 5 mil pessoas participaram da inauguração do curso virtual A alimentação escolar como estratégia educacional para uma vida saudável, promovido pelo projeto regional Consolidação de Programas de Alimentação Escolar (PAE) na América Latina e Caribe, no âmbito do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO. O curso fortalecerá a capacidade de cerca de 2.100 profissionais nas áreas de educação, nutrição e agricultura do Peru, Colômbia e Guatemala. 

A capacitação integra as ações da Rede de Alimentação Escolar Sustentável promovida pelo Governo do Brasil, representada pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE) e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE /MEC), e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). 

Em suas palavras de boas-vindas, Israel Ríos, Oficial de Nutrição da FAO, destacou a importância das políticas de alimentação escolar para contribuir com a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, mas também para “promover melhores estilos de vida entre os alunos, entre a comunidade escolar e melhores hábitos alimentares”. 

Para Bruno Silva, Assessor Internacional do FNDE, “este curso chega em um momento em que precisamos reunir as pessoas para que possam aprender, discutir, trocar ideias e soluções para melhorar a qualidade da alimentação escolar”, afirmou. Por sua vez, a Analista de Projetos da ABC/MRE, Paola Barbieri, destacou a relevância da questão da alimentação escolar nas ações de cooperação brasileira. Sobre o curso, comentou que espera que contribua para a formação de todos os profissionais da Colômbia, Guatemala e Peru: “esperamos que a partir desta formação fique ainda mais clara a importância do papel de cada um de vocês nos sistemas educacionais como verdadeiros agentes de sensibilização e de contribuição efetiva para a promoção de vidas mais saudáveis ​​”. 

Representantes dos três países participantes também inauguraram o curso. Para o vice-ministro de Políticas do Ministério de Desenvolvimento e Inclusão Social do Peru (MIDIS), Javier Loza, “este curso é uma magnífica oportunidade para fortalecer as capacidades de profissionais em todas as áreas relacionadas com o tema da alimentação escolar, em um contexto no qual essas capacidades são urgentemente necessárias para a população, especialmente os mais vulneráveis ​​”. Juan Carlos Martinez, Diretor da Unidade Administrativa Especial de Alimentação Escolar da Colômbia (UEAE), comentou que 650 profissionais da Guatemala se inscreveram no curso e acrescentou: “precisamos alimentar melhor os cérebros na capacidade de tomar decisões mais saudáveis ​​e, este curso, é uma grande oportunidade para saber combinar essa estratégia de programas de alimentação com uma oportunidade pedagógica ”. Já a Diretora Geral da Direção Geral de Participação Comunitária e Serviços de Apoio da Guatemala (DIGEPSA), Jeannette Bran Cacacho, destacou que o curso “nos permitirá refletir, compreender a importância da política pública de alimentação escolar como estratégia para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, de segurança alimentar e nutricional, de educação, de saúde, de proteção social e, principalmente, de cuidado com o meio ambiente ”. 

Apresentação inaugural

“É possível uma humanidade livre da fome. A alimentação é um direito humano inalienável”, disse Guadalupe Valdez, Embaixadora Especial do Fome Zero para a América Latina e Caribe da FAO, em seu discurso de abertura, intitulado A Alimentação escolar no âmbito do Direito Humano a Alimentação Adequada. 

A Embaixadora Fome Zero explicou que o direito à alimentação adequada significa que todos têm direito a um nível de vida adequado para si e sua família, incluindo alimentação, vestuário e moradia adequados, e à melhoria contínua das condições de vida e que, para isso, devem ser tomadas medidas mais urgentes para garantir o direito fundamental de todos a estar protegidos contra a fome e a má nutrição. Segundo Guadalupe Valdez, as pessoas não passam fome por falta de produção suficiente de alimentos, mas porque não podem pagar pela a alimentação, não têm acessibilidade geográfica e/ou cultural, ou não dispõem dos recursos necessários para os produzir ou ter acesso por conta própria. 

Também, destacou a importância dos esforços dos parlamentos para aprovar leis que estabeleçam um mecanismo de participação com vistas a adoção de uma estratégia nacional para tornar efetivo o direito à alimentação, dotando-os de recursos adequados. A Embaixadora encerrou sua apresentação afirmando que: “alcançar a erradicação da fome não é apenas um ODS. É o futuro do qual depende a humanidade”. 

Aulas 100% virtuais

Para Najla Veloso, coordenadora do projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na ALC, “esses programas são uma importante estratégia política que promove condições de saúde e dignidade, não apenas para os alunos, mas também para professores, gestores e agricultores familiares, que demostraram neste momento de pandemia que são os nossos heróis da alimentação ”. 

A coordenadora explicou alguns detalhes do curso, que tem duração de 90 horas e está dividido em 12 aulas virtuais que serão transmitidas, uma hora por semana, por diversos canais de comunicação como YouTube, Twitter, entre outros. Totalmente virtual, a capacitação é destinada a professores, diretores de escolas, nutricionistas, gestores do PAE em municípios ou secretarias, gestores de nível nacional, técnicos, entre outros. Os participantes contarão com diversos recursos como textos, vídeos e outros materiais de comunicação pedagógica que estarão disponíveis em uma plataforma virtual para promover a discussão do tema alimentação escolar nos três países. 

Os conteúdos foram desenvolvidos pelo projeto regional Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e Caribe, com o apoio dos governos participantes para que estejam relacionados e adaptados à realidade local desses países. O curso possui quatro unidades temáticas: O direito humano à alimentação adequada, a segurança alimentar e nutricional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; Programas de alimentação escolar sustentáveis; Educação alimentar e nutricional no âmbito da alimentação escolar; e Hortas escolares com enfoque pedagógico. Ao final do curso, será realizada uma aula virtual que abordará o tema da biossegurança para o retorno às escolas.