Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Cartilha reúne boas práticas em extensão agropecuária da Colômbia e Brasil

O documento faz parte das atividades de intercâmbio e geração de conhecimento promovidas pelo projeto Semeando Capacidades.

Bogotá, 10 de junho de 2021 - Cerca de 500 pessoas acompanharam pelas plataformas Zoom e YouTube a oficina de socialização da cartilha 'Ferramentas e Boas Práticas de Extensão para a Agricultura Familiar: Experiências do Brasil e da Colômbia', produzida no âmbito do projeto de cooperação sul-sul trilateral Semeando Capacidades. A atividade reuniu atores estratégicos relacionados à extensão e inovação agropecuária da Colômbia e do Brasil. Acesse aqui:

O documento, que faz parte do componente de extensão agropecuária do projeto, tem como objetivo servir de insumo para fortalecer os processos de extensão nos dois países parceiros.

O projeto Semeando Capacidades é executado de forma conjunta pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA), Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia (MADR) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e integra as ações do projeto regional América Latina e Caribe sem Fome 2025, realizado pelo Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO.

Camilo Ardila Galvis, coordenador do projeto Semeando Capacidades, fez uma introdução sobre a importância da extensão agropecuária para a agricultura familiar, destacando o papel fundamental das famílias agricultoras como “pilar da segurança alimentar e nutricional nacional”, disse o coordenador que comentou sobre a ´multidimensionalidade´ da agricultura familiar, setor responsável pela conservação da agro biodiversidade e das tradições culturais e que tem papel fundamental na gestão do território. Camilo Ardila também destacou a importância de mudanças nos serviços de extensão para torná-los mais eficientes, oportunos e eficazes; que possam atender às necessidades da família rural em todo o processo; que deve ser uma extensão com enfoque nos territórios, respondendo às demandas do campo. “O extensionista é um gestor do desenvolvimento territorial”.

Enfoques para extensão rural

A presidente da Empresa Estadual de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater-PA), Lana Roberta Reis, comentou sobre os enfoques da extensão agropecuária para a Colômbia e o Brasil, apontando algumas ações importantes como o fortalecimento das atividades produtivas para a produção de alimentos saudáveis ​​aliada à preservação do meio ambiente; a geração de emprego e renda no meio rural, para promoção de melhores condições de vida no campo, entre outros. A presidente da Emater-PA também destacou a questão do uso de metodologias participativas associadas às ferramentas de tecnologia da informação e comunicação que, com a pandemia, se tornaram instrumentos ainda mais importantes. Com essa abordagem, são esperados resultados como: sistemas de produção sustentáveis ​​que preservam o meio ambiente, produção de alimentos descontaminados, garantia de segurança alimentar e nutricional nas cidades e centros urbanos, bem como a redução da pobreza e a promoção da inclusão social e econômica, entre outros. 

Escola Nacional de Extensão Rural da Colômbia

Claudia Sánchez, do Serviço Nacional de Aprendizagem (SENA) da Colômbia, apresentou a experiência da Escola Nacional de Extensão Rural, que busca desenvolver competências e habilidades de extensão rural em instrutores, profissionais do setor rural (público, privado, serviço rural); associações, etnias e comunidades rurais a partir do enfoque da extensão rural dado pela Lei 1876 e pelas diferentes correntes da extensão rural. Segundo Claudia Sánchez, a partir de uma abordagem participativa, se propõe a captar a percepção da comunidade, por meio do uso de ferramentas participativas, como fonte de informação e decisão, buscando contribuir para soluções por meio do diálogo.

Ferramentas e boas práticas

Manoel Mendoza, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa), apresentou os resultados da cartilha ´Ferramentas de Extensão e Boas Práticas para a Agricultura Familiar: experiências do Brasil e da Colômbia´, lançada pelo projeto Semeando Capacidades. Em sua apresentação, o representante do MAPA destacou algumas das características que um extensionista deve ter como: usar uma linguagem simples e respeitosa, promover o trabalho em equipe e a associatividade, integrar o conhecimento técnico com a experiência dos agricultores, promover a autoaprendizagem, a observação e a reflexão, entre outros. Em relação às metodologias aplicadas, Manoel Mendoza destacou a importância do enfoque participativo e integral, assim como o uso de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) como ferramenta para o trabalho de extensão rural.

Como complemento à apresentação, Cesar Giraldo, representante do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia (MADR), comentou sobre as contribuições da cartilha para fortalecer os serviços de extensão e inovação agrícola para o Brasil e a Colômbia. Cesar Giraldo lembrou a importância do setor agrícola colombiano, como principal fonte de emprego do país, que representa 25% da população economicamente ativa "ou seja, é a principal fonte de emprego", disse. O representante do MADR destacou o papel do agente de extensão para a prestação de serviços, a partir do enfoque no desenvolvimento das capacidades humanas. “A extensão rural é um instrumento eficaz para promover o desenvolvimento econômico e social das famílias rurais”.

No encerramento do evento, Carolina Smid, da Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE), destacou que: “o desenvolvimento de capacidades por meio da troca de experiências e boas práticas entre os países vem se consolidando como uma ferramenta concreta para o desenvolvimento local, apoiando o processo de mudanças estruturais”. Segundo Carolina, a agricultura tem um grande destaque na cooperação sul-sul brasileira, principalmente no apoio à agricultura familiar. Por sua vez, Ronaldo Ferraz, coordenador do projeto América Latina e Caribe sem Fome 2025, disse que, certamente, o evento gerou contribuições significativas em termos de extensão agropecuária para a Colômbia e o Brasil e que a cartilha publicada é um importante insumo para fortalecer a processos de extensão rural dos dois países.