Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Peru recebe delegação de 13 países para intercambiar experiências sobre alimentação escolar

Delegação internacional vai participar de palestras e fazer visitas a escolas e áreas de produção.

Lima, Peru, 14 de agosto de 2023 - Durante a semana de 14 a 18 de agosto, o Peru sediará uma missão técnica internacional composta por gestores e técnicos especializados em políticas de alimentação escolar de 13 nações da América Latina. A delegação internacional incluirá representantes do Brasil, Colômbia, Chile, El Salvador, Equador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

O objetivo é compartilhar com os países a metodologia de Escolas Sustentáveis, uma iniciativa desenvolvida na região há mais de 10 anos e que já está presente em mais de 23 mil escolas, com o intuito de fortalecer os programas de alimentação escolar nacionais. Também será uma oportunidade para que os países visitantes conheçam as iniciativas bem-sucedidas de alimentação escolar implementadas pelo governo peruano, além de discutir os avanços normativos e técnicos na política local.

A inauguração da missão ocorrerá em um evento com a presença dos ministros de Desenvolvimento e Inclusão Social (Midis), Julio Demartini; da Educação (Minedu), Magnet Carmen Ramírez; e de Desenvolvimento Agrário e Irrigação (Midagri), Nelly Paredes. Também estarão presentes a Representante da FAO no Peru, Mariana Escobar, além de autoridades da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), Paola Barbieri, e da Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Brasil (FNDE), Fernanda Pacobahyba, instituição que coordena o Programa Nacional de Alimentação Escolar brasileiro. 

Essa missão internacional é uma iniciativa do projeto de Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe, executado no marco do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, em parceria com a Representação da FAO no Peru e o Governo Peruano. O projeto Consolidação de Programas de Alimentação Escolar na América Latina e no Caribe é implementado em conjunto pela ABC/MRE, FNDE e pela FAO.

Além do projeto, a parceria entre a FAO e o Brasil tem impulsionado a Rede de Alimentação Escolar Sustentável (RAES), iniciativa para apoiar os países da América Latina e do Caribe na implementação e reformulação de seus programas de alimentação escolar, visando o acesso a uma alimentação saudável e à garantia do direito humano à alimentação adequada. O Peru é um dos 21 países que fazem parte da RAES.

Ao longo desta missão técnica, a delegação internacional terá a oportunidade de visitar a região de San Antonio, localizada na província de Cañete, onde poderá dialogar com produtores locais, técnicos, autoridades governamentais e diretores escolares. Essa atividade permitirá compreender a ligação dos alimentos provenientes de produtores locais no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar - Qali Warma. 

Será enfatizada a garantia de qualidade e segurança alimentar, desde a fase de produção de alimentos e processamento primário até a entrega nas instituições educacionais. Nessa região em particular, quatro instituições de ensino, com um total de 573 estudantes, são beneficiárias de alimentos de duas organizações de pequenos produtores, com foco em bananas e iogurte grego natural.

A outra visita ocorrerá no distrito de Puente Piedra. Na visita a uma escola será possível conhecer o serviço de alimentação, a infraestrutura, a horta escolar e o funcionamento da participação social dos pais e responsáveis. Também será observada a preparação dos alimentos para a entrega de alimentação saudável aos estudantes.

Escolas Sustentáveis

Criada com a premissa de que as escolas são espaços privilegiados de convergência comunitária e que o desenvolvimento social e econômico de uma cidade está ligado à inclusão educacional, a metodologia de Escuelas Sostenibles consiste em implementar um programa de alimentação escolar com base em seis componentes: i) articulação interinstitucional e intersetorial; ii) participação social e comunitária; iii) infraestrutura adequada para as escolas; iv) educação alimentar e nutricional com a implementação de hortas escolares educativas; v) cardápios de acordo com as necessidades nutricionais e culturalmente pertinentes; e vi) compras públicas de alimentos da agricultura familiar.

Esses componentes foram desenvolvidos em escolas e municípios selecionados pelos governos, sempre respeitando a realidade e peculiaridades de cada país participante. Assim, essas instituições de ensino se tornam laboratórios de aprendizado sobre a política de alimentação escolar, com o objetivo de expandir essa política para nível nacional.