Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Organizações colombianas fortaleceram capacidades em oficina sobre acesso a mercados em circuitos curtos de comercialização

O projeto Semeando Capacidades realizará três oficinas virtuais que visam contribuir para o fortalecimento de capacidades, de modelos de gestão e de estratégias de promoção, comercialização e visibilidade para produtores e organizações da Agricultura Campesina, Familiar e Comunitária.

Bogotá, 19 de novembro de 2020 - O projeto Semeando Capacidades realizou a primeira oficina voltada para organizações: 'Acesso da agricultura familiar a mercados por meio de circuitos curtos de comercialização', que buscou fortalecer as capacidades em termos de estratégias de acesso a mercados em circuitos curtos de comercialização. Mais de 25 experiências de diferentes municípios da Colômbia participaram deste encontro. 

Para abrir a oficina, Joaquín Salgado, da Diretoria de Capacidades Produtivas e Geração de Renda do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia (MADR), destacou a relevância desse espaço para a capacitação das organizações da agricultura familiar. Mónica Souza, da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do Brasil, destacou a experiência positiva de trabalhar com o governo colombiano para troca de experiências: “No Brasil, temos experiência com feiras livres que contribuem para a segurança alimentar e o fortalecimento da economia local; casos como esse queremos compartilhar com vocês ", disse ele. 

Em seguida, José Camero, do projeto Semeando Capacidades, da FAO Colômbia, apresentou os canais e opções de comercialização de produtos da agricultura familiar no país, com destaque para os circuitos curtos de comercialização. Ele falou sobre a comercialização de produtos perecíveis na Colômbia e seus diferentes canais de mercado, destacando vantagens e desvantagens: “Mercados varejistas, atacadistas, lojas de departamento, exportação, agroindústria, institucional e virtual, este último oferece grandes possibilidades de atingir a muitas pessoas de forma massiva, e isso é cada vez mais forte principalmente em tempos de pandemia ”

Por outro lado, William Álvarez, membro da Associação de Camponeses Agroecológicos da região de Boquerón e do Circuito Econômico Solidário “Colyflor”, apresentou sua experiência de Medellín, Colômbia. William anunciou a integração das redes de produção agroecológica, por meio de um circuito  curto de comercialização auto gerido como estratégia de acesso a mercados para a agricultura familiar: “Incentivamos o desenvolvimento dos processos produtivos nas mãos das camponesas, para que elas desenvolvam, decidam e sejam beneficiadas economicamente dos sistemas produtivos”, explicou o membro da Associação que, também, partilhou como tem sido a articulação para alcançar o fortalecimento organizacional, por meio de novas técnicas e conhecimentos como a metodologia camponês a camponês e por meio de visitas agroecológicas. 

Já Armando Cano, da loja “Colyflor”, comentou que antes da comercialização, é priorizada a soberania e a segurança alimentar. “Para nós, o planejamento do plantio é fundamental para projetar a comercialização, a produção, o transporte, a distribuição, o armazenamento e a distribuição ao consumidor final. Os jovens são atores fundamentais para dar sustentabilidade ao nosso projeto”, afirmou. 

Representando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa), Rafael Dias, explicou como os consumidores impulsionam a produção agroecológica. Durante sua apresentação, ele deu um panorama sobre a relação entre consumidores e agricultores em uma CSA (Community Supported Agriculture, sigla em inglês), em feiras livres, a importância das certificações para produtos agroecológicos e como podem ser promovidos e visibilizados os produtos agroecológicos por meio de estratégias como os ´ecochefs´: “O sistema CSA cria espaços de convivência, o conceito de 'preço' e a valorização é o protagonista, já que o preço não é a questão mais importante neste caso, o que é relevante é o confiança, é saber de onde vem o produto e que foi desenvolvido por uma família ”, destacou Rafael Dias. 

Para finalizar a oficina virtual, o coordenador regional do projeto Iniciativa América Latina e Caribe sem Fome 2025/ Cooperação Internacional Brasil-FAO, Ronaldo Ferraz, agradeceu às entidades pela participação neste espaço, afirmando que “trocar conhecimentos sobre circuitos curtos de comercialização é muito importante para o Brasil e a Colômbia, principalmente na identificação de desafios e oportunidades ”, e, ainda, convidou a todos para participarem dos próximos dois eventos sobre o tema. Representando a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Carolina Smid, disse em sua fala que: “Os circuitos curtos de comercialização conseguem transformar a sociedade e seu meio ambiente, permitindo também que as famílias vivam da terra.  Espero que o conhecimento gerado hoje seja uma nova semente que dará frutos”. 

Próximas oficinas

  • 24 de novembro: Oficina de Fortalecimento das Capacidades Associativas de Organizações da Agricultura Familiar e Comunitária Camponesa – ACFC. 
  • 26 de novembro: Protocolos de biossegurança e recomendações para circuitos curto de comercialização.

Semeando Capacidades

O projeto de Cooperação Sul-Sul Trilateral Semeando Capacidades é implementado na Colômbia e no Brasil de maneira conjunta pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA), o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia (MADR) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Essa iniciativa integra as ações do projeto regional América Latina e Caribe sem Fome 2025.