Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Cartilha reúne cinco experiências em Sistemas Territoriais de Inovação (STI) Agropecuária na Colômbia

O documento é um dos resultados das atividades de intercâmbio e geração de conhecimentos promovidos pelo projeto Semeando Capacidades.

Bogotá, 28 de junho de 2021 - O projeto Semeando Capacidades realizou, no dia 23 de junho, um evento virtual para socializar as experiências da Colômbia sobre Sistemas Territoriais de Inovação (STI) Agropecuária reunidas em uma cartilha desenvolvida no âmbito do projeto. A atividade contou com a presença de representantes de instituições governamentais, centros de pesquisa, organizações sociais e de produtores, organizações não governamentais, academia, entre outros. Tanto a cartilha quanto outros produtos de STI podem ser encontrados no boletim informativo aqui.

O documento destaca os principais aspectos de cinco experiências de STI na Colômbia, à luz de seu propósito, ferramentas, atores, recursos, meio ambiente e fatores que favoreceram seu desenvolvimento. Apresenta uma análise das lições comuns entre experiências úteis para entidades, organizações e diversos atores territoriais no processo de consolidação da STI Agropecuária.

O projeto Semeando Capacidades é uma iniciativa de cooperação sul-sul trilateral realizada na Colômbia e no Brasil, em conjunto, pela Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC / MRE), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil, Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADR) e Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO); e integra as ações do projeto regional América Latina e Caribe sem Fome 2025.

Joaquín Salgado, em representação do MADR, apresentou o objetivo do encontro e a agenda do dia, destacando aspectos gerais do projeto Semeando Capacidades. Salgado destacou os quatro componentes do projeto: Extensão Agrícola; Agroecologia; Mercados diferenciados; Sistemas de informação.

Apresentações: Colômbia e Brasil

Ángelo Quintero, diretor de Inovação, Desenvolvimento Tecnológico e Proteção Sanitária do MADR apresentou o papel dos Sistemas Territoriais de Inovação no Sistema Nacional de Inovação Agropecuária, no âmbito da Lei 1876 de 2017. Os STIs são espaços práticos nos quais a pesquisa, processos, capacitação, aprendizagem interativa, bem como transferência e extensão de tecnologia, estabelecem dinâmicas conjuntas de articulação institucional que especificam, promovem e consolidam os processos de ciência, tecnologia e inovação nos territórios. Esses sistemas promovem o empoderamento dos atores locais para a gestão adaptativa do território. Segundo o diretor: “o conhecimento do território é muito importante, a inovação deve ser gerada em colaboração com o agricultor”, disse Quintero.

Já Christiane Amâncio, pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apresentou as estratégias para o desenvolvimento dos processos de inovação territorial no Brasil, destacando a inovação social na Embrapa, os desafios e as oportunidades. Entre as oportunidades, está a nova organização das relações sociais que promova a melhoria das condições de vida das pessoas. Ela também destacou a tecnologia como tema gerador e mobilizador para a construção de inovações sociais. “Uma investigação em inovação social deve estar integrada aos sistemas de extensão e comunicação”, comentou a pesquisadora.

Experiências colombianas

A apresentação da cartilha ‘Sistemas Territoriais de Inovação Agropecuária: experiências na Colômbia’ foi conduzida por Ana García Hoyos, profissional especializada da equipe da FAO Colômbia. Cinco experiências exitosas no país estão sistematizadas no documento: Territórios Socioecologicamente Resilientes e Inovadores (TISERE), liderado por AGROSAVIA em Policarpa-Nariño; a Estratégia de Conectividade Sócio-ecossistêmica do projeto Conexão FAO-GEF BioCaribe; o STI na zona costeira de Córdoba e Sucre, Estratégia Participativa de Inovação Rural desenvolvida pela PBA Corporation; a Rede de Inovação para a sustentabilidade de Montes de María, apoiada pela FAO Colômbia e o Centro de Inovação Social para a Cafeicultura Caucana (Cicacultura) liderado pela Universidade de Cauca. 

No encerramento da atividade, Rafael Dias, em representação do MAPA, disse que é muito importante conhecer as experiências tanto de forma prática quanto virtual, destacando a importante contribuição dos pesquisadores do Brasil e da Colômbia no projeto. Dias comentou sobre a dificuldade de se traçar políticas públicas que, de fato, cheguem aos territórios e que “a melhor forma é as políticas serem construídas com experiências em campo”.