Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Avançam os testes no Equador para uso de uma variedade brasileira de algodão

Durante dois anos, o Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (INIAP) do Equador realizou uma série de pesquisas com a semente de algodão da Embrapa Algodão, a BRS-336, com apoio do projeto + Algodão Equador.

Quito, 21 de julho de 2021 - Equador começa escrever um novo capítulo na produção de algodão nacional por meio da importante atuação da pesquisa e testes de campo, fruto de um processo de cooperação internacional entre o Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (INIAP) do Equador, e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) do Brasil, com apoio do projeto de cooperação sul-sul trilateral +Algodão Equador. Há dois anos, o INIAP, em sua estação em Portoviejo, retomou as pesquisas sobre este importante cultivo, por meio da iniciativa ´Geração e validação de tecnologia para o desenvolvimento sustentável do algodão Gossypium hirsutum (Malvaceae) em áreas da costa equatoriana '. 

As duas instituições, com o apoio do projeto, realizaram pesquisas de 2018 até o momento, com um total de 17 atividades de pesquisa, para que o país obtenha a primeira semente de algodão certificada, a partir de um processo de validação do material genético brasileiro da variedade BRS-336. O projeto +Algodão Equador é executado em conjunto pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC / MRE) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) do Equador.

Até o final de 2021, com base nos resultados obtidos no processo de validação e adaptação às condições climáticas das áreas produtoras de algodão de Manabí, a semente de origem brasileira poderá permitir que o Equador tenha uma variedade certificada de algodão de alto rendimento. 

Isso estaria contribuindo para a solução de um dos principais problemas da atividade algodoeira do país: a falta de sementes certificadas e variedades de alto rendimento; permitindo um aumento de produtividade e melhor renda para os produtores familiares de algodão. 

Para a coordenadora regional do projeto +Algodão, Adriana Gregolin, as conquistas já alcançadas podem gerar resultados importantes no futuro para o setor algodoeiro equatoriano. “O Equador está muito perto de iniciar uma nova etapa na produção da fibra por meio desse importante intercâmbio entre Brasil e Equador”, disse. 

Testes de campo

Para a pesquisa de ensaios com as sementes do Brasil, foram realizados testes em quatro ciclos de produção, na Estação Experimental de Portoviejo, pertencente ao INIAP, localizada na freguesia de Lodana, no cantão de Santa Ana-Manabí, com apoio do projeto + Algodão Equador. 

Este ano, iniciou-se uma nova etapa de testes, com pesquisas em propriedades rurais de agricultores, com testes no sítio El Polvar, no cantão de Tosagua, historicamente considerada maior regiao produtora de algodão do Equador. Esses estudos buscam determinar o comportamento agronômico, produtivo e fitossanitário da variedade brasileira, aplicando todas as tecnologias geradas no projeto +Algodão, tais como: tratamento de sementes, densidade de plantio, fertilização, controle de plantas daninhas, manejo fitossanitário, entre outras. 

Segundo informações do INIAP, os resultados sugerem uma boa adaptabilidade da variedade BRS-336 às condições ambientais do Equador, respondendo positivamente às tecnologias implementadas para o seu cultivo. Mediante autorização da equipe técnica da Agência Equatoriana de Regulamentação e Controle Fitossanitário e Zoo Sanitário (Agrocalidad), serão iniciados os testes de fibra dessa variedade brasileira de algodão na indústria têxtil e a semente será utilizada como ração de gado, com apoio de universidades equatorianas.