Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO

Mulheres rurais do Equador contribuem para o resgate do algodão

Com o apoio do projeto +Algodão, as 127 associadas da AMUCOMT diversificam suas atividades com o resgate da fibra, abrindo novas oportunidades de empreendimento.

Quito, 13 de octubre de 2021 - Antes de se organizarem e se fortalecerem como mulheres e produtoras autônomas, as integrantes da Associação de Mulheres Comunitárias do Cantão de Tosagua (AMUCOMT), no Equador, se dedicavam ao cuidado da família, do trabalho doméstico e ao trabalho agrícola e a pecuária no núcleo familiar. Liderada por mulheres, a Associação formada por 127 associadas que se dedicam ao cultivo de amendoim, mandioca e milho, inicia agora um importante resgate do algodão, com o apoio do projeto +Algodão. Além disso, comercializam milho duro de forma associativa, beneficiando mais de 1.000 famílias de produtoras e produtores, tornando-se em 2021 a principal comercializadora do ´cantão´. 

Algodão: uma fibra que empodera

Para as associadas, o algodão que viveu sua época áurea na região na década de 70 surge como uma nova contribuição para a família, com uma produção de qualidade e que permite a geração de mais renda por meio da diversificação. “Agora acreditamos que somos as protagonistas desse empreendimento que é o algodão”, comemora a agricultora associada Melva Ormaza. Já a agricultora Daysi Hidalgo sente-se orgulhosa e comenta que “com a organização, ajudamos a superar o tema da economia com nossos produtos”. 

O projeto Equador +Algodão é executado em conjunto pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC / MRE) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAG) do Equador. 

Com o apoio do projeto, as mulheres da AMUCOMT estão contribuindo para o trabalho de resgate da cultura do algodão equatoriano, com a transformação da fibra por meio do descaroçamento com tecnologia inovadora de pequena escala, uma mini-descaroçadora, única no Equador, enviada ao país pelo projeto +Algodão em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Algodão). A agricultora e associada Zoila Solórzano cita: “agora vamos agregar valor ao algodão da nossa organização”. 

O resgate do algodão

A reativação da produção de algodão como cultura associada fortalecerá ainda mais a atuação dessas mulheres que, desde 2005, quando instituíram a AMUCOMT, tornaram-se produtoras e fornecedoras, que não só contribuem para o desenvolvimento familiar, mas também desempenham um papel fundamental na organização e na economia local como gestoras de mudança e empoderamento. “O empoderamento das mulheres, principalmente na agricultura familiar camponesa, é muito importante”, destaca a associada Yrma Dominguez. A agricultora destaca ainda a importância da cultura do algodão, como um produto “com o qual se extraem matérias já elaboradas como fibra, fios e tecidos”. Em relação à mini-descaroçadora, destacou os benefícios para o futuro, a possibilidade de empreender e dar um outro 'salto', abrindo as suas próprias oficinas de costura, utilizando matéria-prima com valor agregado para a confecção. 

A associação AMUCOMT recebeu este ano a certificação “SOMOS EPS” atribuída a organizações que cumprem os princípios da Economia Popular e Solidária (EPS) em todo o país, o que lhes permite vantagens como a participação preferencial em espaços de promoção e comercialização, bem como a articulação de seus produtos e serviços com empresas privadas. E, em outubro, elas receberão o selo de agricultura familiar camponesa associativa.