Santiago do Chile, 22 de fevereiro de 2022 – “Continuaremos a construir soluções inovadoras para as grandes dificuldades que marcam este momento desafiador e sem precedentes que estamos passando. Faremos isso junto com nossos valiosos parceiros”, disse o embaixador Ruy Pereira, Diretor da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores (ABC/MRE), durante reunião virtual do Comitê Executivo do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, no dia 17 de fevereiro. 

O encontro foi organizado conjuntamente pelo Escritório Regional da FAO para América Latina e o Caribe e a ABC/MRE, com a participação de representantes do Escritório da FAO no Brasil e das instituições brasileiras cooperantes que apoiam os projetos executados por esta iniciativa de cooperação Sul-Sul trilateral. 

Em 2022, o Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO comemora 14 anos de ações desenvolvidas na região, uma aliança de sucesso entre o governo brasileiro e a FAO, que conta com a experiência e as boas práticas do país em áreas como alimentação escolar e programas de compra pública de alimentos, agricultura familiar, fortalecimento do setor algodoeiro, erradicação da fome e da pobreza rural, governança responsável da terra, segurança alimentar e nutricional, políticas públicas agroambientais e aquicultura. 

O Diretor da ABC/MRE afirmou que "o Brasil realiza ações de cooperação técnica com vistas ao desenvolvimento econômico e social, de acordo com seu mandato constitucional", destacando o princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade, presente no artigo 4º da Constituição Federal do Brasil. 

Segundo Ruy Pereira, a cooperação Sul-Sul trilateral entre Brasil e a FAO tem gerado importantes benefícios não só para os países da região, mas também para o Brasil, por meio da projeção internacional em fóruns estratégicos, do aprimoramento de políticas públicas mediante o intercâmbio de conhecimentos, da reflexão crítica e do desenvolvimento de capacidades das equipes técnicas a partir do diálogo com outros países. 

Já o Diretor Regional da FAO para a América Latina e o Caribe, Julio Berdegué, destacou que o Brasil colocou à disposição dos países da região uma experiência acumulada pelo povo brasileiro, seus agricultores e agricultoras, empresários, organizações e sociedade civil do país. “Esse conhecimento é inestimável”, disse Berdegué, ressaltando a generosidade e a importância desta iniciativa de cooperação. "Vamos nos centrar no conceito por trás desse compromisso do Brasil, de que o desenvolvimento do mundo é necessário para o desenvolvimento do Brasil e vice-versa", disse. 

Além de comemorar os resultados do passado, Berdegué disse que é importante encontrar soluções conjuntas para o futuro. Segundo o Diretor Regional da FAO, apesar das mudanças sociais e tecnológicas ocorridas nos últimos anos, como o avanço da digitalização no campo, algumas experiências de cooperação devem continuar e outras se adaptar. "Existem questões, insisto, que terão de ser mantidas. A colaboração fundamental que vocês (brasileiros) nos deram, por exemplo, na alimentação escolar, é um pilar da agenda de cooperação brasileira que devemos continuar preservando e cuidando", afirmou Berdegué. 

Publicação comemorativa

A reunião do Comitê teve como objetivo apresentar a publicação comemorativa dos 14 anos de execução do Programa de Cooperação Internacional Brasil-FAO, que está em fase de produção e será lançada na Conferência Regional da FAO, no final de março, no Equador. A publicação, construída com a colaboração das equipes da FAO e da ABC/MRE, busca destacar a aliança nos temas desenvolvidos pelos projetos e o modelo inovador de cooperação técnica brasileira com a FAO. 

Atualmente, as instituições brasileiras que compõem o Programa de Cooperação, sob a coordenação da ABC/MRE, são: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC), Secretaria da Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Também apoiam a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer-PB), a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Essas instituições parceiras apoiam na execução de projetos em andamento, promovendo o intercâmbio de conhecimento e inovações.